De acordo com a informação de uma pessoa que presenciou o ataque à bomba contra o comício do ex-presidente Lula na Cinelândia e que testemunhou a identificação de André Stefano Dimitriu Alves de Brito na 5ª Delegacia de Polícia, o autor do atentado declarou, “aos berros”, que era morador da comunidade de Muzema.
A comunidade de Muzema, localizada na zona oeste do Rio, é uma área de atuação com negócios ilícitos do Escritório do Crime, a milícia que era comandada pelo ex-capitão da PM Adriano da Nóbrega, um comparsa de Fabrício Queiroz.
Durante anos a ex-esposa e a mãe do miliciano Adriano da Nóbrega foram funcionárias do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. Elas participavam das “rachadinhas”, como ficou conhecido o esquema de corrupção dos Bolsonaro gerenciado por Queiroz.
Muzema ganhou as manchetes do noticiário nacional em abril de 2019 devido à queda de dois prédios construídos irregularmente e comercializados pelo Escritório do Crime.
Chama atenção que na busca realizada pelo nome completo do autor do atentado no google – André Stefano Dimitriu Alves de Brito – encontram-se cinco páginas com menções a ele, porém praticamente somente com referências ao atentado ao evento petista no Rio. É como se André não tivesse existência anterior na internet.
A exceção são dois ou três registros de André como sócio da empresa Wimari Locação Cursos e Vagas Náuticas, aberta em 2015 e inativa desde março de 2021.
Este atentado ocorre na esteira da escalada da violência política promovida pelo bolsonarismo e matilha fascista contra a candidatura do ex-presidente Lula.
É fundamental, neste grave contexto de terrorismo político, que além da OAB, partidos políticos, MP, judiciário e Congresso, instituições e organismos internacionais acompanhem a apuração rigorosa deste atentado e do processo eleitoral brasileiro.
Publicado originalmente no blog do Jeferson Miola