O extremismo bolsonarista fez com que uma festa de aniversário marcada pela temática petista terminasse em tragédia. Marcelo Arruda, guarda municipal e dirigente do PT, morreu na madruga deste domingo (10) em sua festa de aniversário após levar três tiros disparados por Jorge José da Rocha Guaranho, apoiador ferrenho de Bolsonaro.
Arruda comemorava 50 quando foi morto pelo bolsonarista da Polícia Penal Federal (PPH). Marcelo era filiado ao Partido dos Trabalhadores de Foz do Iguaçu. Durante as eleições municipais de 2020, disputou o cargo de candidato a vice-prefeito.
Com quase 30 anos de serviços à Guarda Municipal da cidade, era diretor do Sindicato dos Servidores Públicos e tesoureiro do diretório municipal do partido. Deixa a esposa e quatro filhos, entre eles, um bebê de 1 mês.
A festa acontecia na Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi), toda ela com temas vinculados ao PT e à candidatura Lula, com cantos e vivas ao ex-presidente.
A Prefeitura de Foz do Iguaçu lamentou a morte de Arruda. Em nota de pesar, disse que ele foi da 1ª turma da Guarda Municipal.
“Agradecemos ao Marcelo Arruda por toda a sua dedicação e comprometimento com o Município, o qual nestes 28 anos de funcionalismo público defendeu bravamente, tanto atuando na segurança como na defesa dos servidores municipais”, disse o prefeito Chico Brasileiro (PSD). “Desejamos à família, aos amigos e colegas de Marcelo força neste momento de dor”.
Como foi o assassinato?
O assassino interrompeu a festa cerca de 20 minutos antes do assassinato. Ele parou seu carro do lado de fora da Aresfi, onde acontecia a comemoração, aos gritos de “é Bolsonaro, seus filhos da puta”. Ele estava com sua esposa e filha no carro. Quando Marcelo Arruda saiu da festa para ver o que acontecia, o assassino apontou o revólver, enquanto a mulher gritava, “para com isso, vamos embora”. Ele deixou o local em seguida, prometendo voltar aos gritos: “Eu vou voltar e matar todos vocês, seus desgraçados”.
De acordo com André Alliana, amigo próximo da vítima,”por volta das 23h um sujeito que ninguém conhecia apareceu xingando os convidados, chamando o Lula de desgraçado e esbravejando o nome do Bolsonaro. O maluco disse que voltaria para matar todo mundo. E ele voltou”.
Ato contínuo, Marcelo foi até seu carro e pegou seu revólver funcional, afirmando a uma pessoa da festa, “vai que esse maluco volta mesmo, eu não vou ficar desprevenido”. A festa prosseguiu até que o bolsonarista assassino voltou e invadiu o local de arma em punho. Marcelo identificou-se como guarda municipal, mostrando seu distintivo e já com sua arma nas mãos, mas de nada adiantou. Guaranho disparou duas vezes.
Segundo outras testemunhas que presenciaram o atentado, o autor do crime aparentava estar sob efeito de drogas, com sua esposa e filha em seu carro.
“A gente ouvia a esposa dele gritar pedindo pra ele ir embora e ele estava muito transtornado, com muito ódio. Xingando os petistas e dizendo que Bolsonaro seria eleito. Que Lula é bandido e que todos petistas deveriam morrer. Foi uma tragédia, algo sem cabimento. Estamos todos em choque”, compartilha uma das convidadas, que também presenciou o ocorrido e prefere não ter seu nome divulgado.
O primeiro tiro foi na perna de Marcelo Arruda, que caiu. Como numa execução, o policial penal federal aproximou-se e deu outro tiro. O líder do PT recebeu o tiro nas costas. Antes de tombar sem vida, conseguiu revidar e acertar três disparos em Jorge José, que também morreu após dar entrada no hospital.
“A verdade é que ele veio com a intenção de atirar mesmo em todo mundo. Só não morreu mais gente porque o cara não tinha uma boa mira. O Marcelo morreu e por conta dele a tragédia não foi ainda maior”, completa a testemunha sob a condição de anonimato.
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