Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o ex-juiz federal Sergio Moro afirmou que não houve erros ou excessos durantes as investigações e julgamentos da Operação Lava Jato: “Foi punido somente quem pagou suborno ou recebeu suborno”.
Na avaliação de Moro, os responsáveis pelas objeções que a operação sofreu foram “aqueles que resistiram ao enfrentamento da corrupção”. “Não é derrota da Lava Jato”, afirmou. “Quem é culpado por ter colocado em liberdade gente condenada são as pessoas que colocaram elas em liberdade, e não quem proferiu a condenação. Os reveses devem estar atribuídos àqueles que impuseram esses reveses, e não a quem fez o trabalho”.
Quando perguntado sobre a legitimidade da condução da Operação, Moro respondeu que a “Lava Jato aplicou a lei, e foi punido somente quem pagou suborno ou recebeu suborno”. “Infelizmente o Brasil é um país acostumado com a impunidade da grande corrupção, e houve um movimento forte para a volta dessa impunidade”, declarou.
O ex-juiz também foi questionado se avalia que há corrupção no governo Bolsonaro, do qual ele se desligou em 2020. Moro afirmou que “não tem como você eliminar de todo a corrupção”, e que “o principal é a questão da impunidade, então a gente não pode ser ingênuo e achar que a corrupção acabou no governo federal ou nos governos estaduais ou municipais, de todas as entidades públicas em geral; o preço da integridade acaba sendo a eterna vigilância, evidentemente, dentro da lei”.
“A grande questão é que a gente precisa retomar o combate à corrupção com força, como foi durante a época da Lava Jato. Hoje a gente vê poucas pessoas sendo investigadas, principalmente punidas, por prática de crime de corrupção”, complementou.
Depois de ter mandado prender o ex-presidente Lula, Moro deixou a magistratura para ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro. As decisões do juiz no caso foram confirmadas pela segunda instância, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, e também no Superior Tribunal de Justiça. No entanto, o Supremo Tribunal Federal, em 2020, entendeu que a 13ª Vara Federal de Curitiba, onde o juiz atuava, era incompetente para julgar os casos envolvendo Lula, e que Moro tinha agido com parcialidade.
Em 2020, o estouro da divulgação de mensagens trocadas entre Sergio Moro e os procuradores da autoproclamada força-tarefa da “lava jato” mostrou que a relação entre juiz e acusação era promíscua: Moro atuava como um “coordenador” dos procuradores, em mais de uma ocasião “orientando-os sobre como proceder” e “avisando de antemão sobre as decisões que pretendia tomar”, além de ter recebido uma denúncia inacabada, entre outras ilegalidades.
Moro atuou em primeira instância nos processos da Lava Jato. O ex-juiz foi responsável pelo mandato de prisão do ex-presidente Lula (PT). As decisões do juiz no caso foram confirmadas pela segunda instância, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, e também no Superior Tribunal de Justiça. Porém, o Supremo Tribunal Federal entendeu em 2020 que a 13ª Vara Federal de Curitiba, na qual o juiz atuava, era incompetente para julgar os casos envolvendo Lula, e que Moro havia agido com parcialidade.
Isso porque houve uma divulgação de mensagens trocadas entre o ex-juiz e os procuradores da autoproclamada “força-tarefa” da Lava Jato, que evidenciava uma relação de favorecimento com a acusação. Moro atuava como um “coordenador” dos procuradores, e em mais de uma ocasião orientando-os sobre como proceder e avisando de antemão sobre as decisões que pretendia tomar. O ex-juiz inclusive recebeu uma denúncia inacabada, entre outras ilegalidades.
Após a tomada de decisão contra Lula, Moro abandonou a magistratura para ser ministro da Justiça do governo Bolsonaro, o maior adversário político do ex-presidente. O ex-juiz, porém, não ficou muito tempo no governo, deixando o cargo em abril de 2020. Moro acusou Bolsonaro de interferência política na Polícia Federal.
Depois de pedir demissão, ex-juiz se filiou ao Podemos para tentar se candidatar à presidência, mas não obteve sucesso. Deixou o Podemos e hoje é filiado ao União Brasil. Recentemente, Moro tentou mudar o domicílio eleitoral para São Paulo, a fim de disputar uma cadeira ao Senado, mas o TRE-SP barrou a mudança. A expectativa é que ele lance na próxima semana sua candidatura ao Senado pelo Paraná.