O guarda municipal e militante do PT Marcelo Arruda foi assassinado a tiros pelo policial bolsonarista José Jorge Rocha Guaranho em Foz do Iguaçu (PR) durante sua festa de aniversário de 50 anos. Em 2017, o tesoreiro da sigla em Foz do Iguaçu se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro (PL), que na época ainda era deputado federal.
De acordo com colegas de Marcelo, o encontro ocorreu para tratar de uma questão sindical, devido a pleitos de guardas municipais sobre a categoria ao então deputado. Colegas de Marcelo afirmam que a reunião mostra que ele era alguém que conversava com pessoas com opiniões diferentes das dele.
“A gente foi para Brasília por causa da reforma da Previdência, era uma mobilização dos guardas municipais. A gente foi para Brasília para que incluíssem os guardas municipais no texto da reforma, colocando a gente no caso da aposentadoria policial”, afirmou Tony Cleverson Correa, então presidente da Associação dos Guardas Municipais de Foz do Iguaçu.
Segundo ele, Bolsonaro votou favoravelmente à categoria, mas essa não conseguiu ter seu pleito atendido pelos demais parlamentares. Na época, Marcelo era presidente do PT de Foz do Iguaçu, segundo Tony.
“Ele (Bolsonaro) vinha numa crescente, já tinha detonado a questão do Partido dos Trabalhadores, mas o Marcelo foi tranquilo. Ele sempre foi do diálogo”, conta o amigo.
Além disso, segundo os amigos e familiares, Marcelo jamais teria iniciado uma briga como fez o bolsonarista que invadiu sua festa e o matou.
“Ele tinha essa bandeira, era filiado ao partido do PT. Sempre apoiou, mas era um cara totalmente aberto. A gente conversava muito sobre política. Era uma pessoa democrática, até por ser político”, disse Arley Silva, parceiro de Marcelo nas patrulhas de rua, que reforça essa característica de tolerância por parte do amigo.
“Eu conheço o Marcelo há muito tempo e ele nunca perguntou em quem eu votava”, continuou Francisco Vedur, 65, agente patrimonial na cidade e colega de trabalho de Marcelo.