Rejeição e merecimento: Veja motivos que fazem Lula tirar vantagem de Bolsonaro no Rio, segundo Quaest

Atualizado em 14 de julho de 2022 às 8:13
Lula e Bolsonaro

O cientista político Felipe Nunes, diretor da consultoria Quaest, fez uma análise sobre o novo levantamento, que indica um cenário polarizado, mas com vitória de Lula sobre Bolsonaro no Rio de Janeiro.

De acordo com Nunes, há vários fatores que justificam a preferência dos eleitores brasileiros pelo ex-presidente, apesar da margem apertada. O ex-presidente Lula (PT) cresceu quatro pontos percentuais no Estado do Rio e está agora numericamente à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL).  Lula aparece com 39% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro tem 34%.

O diretor da Quaest também analisa os cenários do disputa ao governo do Rio, que apresenta um empate técnico, Nome apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro na corrida pelo governo fluminense, Castro tem 24% das intenções de voto, contra 22% de Freixo, que é aliado de Lula. A margem de erro da pesquisa é 2,8 pontos para mais ou menos.

Confira a análise abaixo:

1/ Publicamos mais uma rodada da pesquisa Genial/Quaest sobre o cenário eleitoral no Rio. A corrida pelo governo do Estado promete ser uma das mais acirradas do país. Hoje, Castro tem 24% das intenções de voto, contra 22% de Freixo. Garotinho e Neves aparecem com 6% cada.

2/ A polarização nacional parece que será replicada na disputa estadual. Enquanto os homens preferem Castro (31 x 22), as mulheres preferem Freixo (22 x 18).

3/ Enquanto os mais jovens preferem Freixo (25 x 14), os mais velhos preferem Castro (27 x 20).

4/ Enquanto Castro leva o interior e a baixada, respectivamente, por 24 x 15 e 24 x 17; Freixo lidera na capital (31 x 23).

5/ Também chama atenção o fato de que Castro consegue compartilhar uma parte do voto de Lula (13%), maior do que Freixo consegue compartilhar voto com Bolsonaro (8%). No eleitor do Ciro, Freixo leva vantagem, o que empata o jogo.

6/ Mas como explicar esse quadro de polarização? Primeiro, metade dos entrevistados aproximadamente acreditam que Castro mereça uma segunda chance como governador (49%), outra metade acham que não (44%).

7/ Segundo, o governo de Castro continua sendo majoritariamente avaliado como regular, e divide avaliação positiva e negativa nos mesmos patamares (24 e 27%, respectivamente).

8/ Nos cenários de 2º turno, Castro leva vantagem sobre Freixo (36 x 31), Neves (37 x 21) e Garotinho (44 x 19). Freixo, por sua vez, venceria Neves (31 x 24) e Garotinho (38 x 21). Ou seja, os dois mais bem colocados na pesquisa hoje devem mesmo protagonizar a disputa deste ano.

9/ Do ponto de vista das rejeições, quem tem o maior pedágio para pagar é o ex-governador Garotinho (70%). Freixo, já conhecido por 69% dos eleitores, tem regei!ao de 41%. Castro, ainda desconhecido de 42%, tem rejeição de 27%. Neste quesito, o atual governador leva boa vantagem.

10/ Quem parecia ser importante para mudar o jogo, o ex-presidente Lula, perdeu força como apoiador no RJ. Primeiro, porque o cenário não muda significativamente quando os apoios de Lula e Bolsonaro, por exemplo, são apresentados. O quadro continua empatado e polarizado.

11/ Segundo, porque os cariocas se dividem quase que perfeitamente em 3 grupos quando o assunto é preferência sobre quem deveria vencer a eleição de governador: 36% querem um governador nem-nem, 32% querem um aliado de Lula e 28% um aliado de Bolsonaro. Preferências divididas.

12/ Na disputa nacional, vemos que o governo de Bolsonaro continua mal avaliado (45% de rejeição, contra 29% de avaliação positiva)…

13/ …vemos ainda que a maioria não acha que o atual presidente mereça ser reeleito…

14/ …mas em intenções de voto, Lula e Bolsonaro aparecem tecnicamente empatados (39 x 34), mesmo que numericamente Lula tenha oscilado 4 pontos entre maio e julho/22.

15/ Só na capital a vantagem de Lula aparece de forma clara (44 x 27). No restante do estado, os dois principais concorrentes à presidência estão empatados.

16/ Vale a pena chamar atenção para a importância que a violência passa a ter como principal problema do estado na opinião dos eleitores. De março para julho/22, passou de 23% para 37% quem acredita que a violência é o principal problema do Estado hoje.

17/ Outro dado interessante é a queda do percentual de eleitores que dizem que se informam sobre política na TV. Caiu de 49% para 36% entre março e julho/22. Cresceu o percentual de eleitores que se informam sobre política por meio dos amigos, familiares e conhecidos.

18/ A pesquisa foi realizada entre os dias 8 e 11/7 por meio de 1.200 entrevistas presenciais domiciliares em 46 municípios. A margem de erro estimada é de 2,8 e o nível de confiabilidade de 95%. A pesquisa está registrada no TSE sob os números BR-04560/22 e RJ-05160/22.

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