Judias e Judeus contra Bolsonaro advertem: presidente fala a língua dos nazistas

Atualizado em 18 de julho de 2022 às 18:28
Em 2015, Bolsonaro se encontrou com Marco Antônio Santos, o “sósia do Hitler”, em audiência pública na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro

O DCM recebeu a seguinte nota, do grupo Judias e Judeus contra Bolsonaro:

Surpreendeu-nos, no mau sentido da palavra, o fato de que uma parte da comunidade ajudou a eleger Jair Bolsonaro em 2018; nos foi difícil admitir que muitos optaram por um fascista, cujos valores sempre foram diametral e claramente opostos aos valores judaicos. Afinal, o inominável nunca escondeu, nem tentou dissimular, a imoralidade de seus discursos. Ele é autêntico. E mesmo assim, os judeus que abriram as portas da Hebraica do Rio de Janeiro para que o então candidato vomitasse seu ódio, preferiram tapar os ouvidos e os olhos, inclusive quando eles próprios eram vitimas da discriminação.

Deram de ombros quando o sujeito afirmou que seu herói era um torturador, deram de ombros quando se propôs a matar 30 mil adversários, deram de ombros quando tratou uma mulher, sua própria filha, como um ser inferior, deram de ombros quando os negros foram tratados como animais, deram de ombros quando ele disse preferir a morte de seu filho se fosse gay, etc, etc, etc.

Como judeus nos questionamos se a personalidade e o caráter do candidato eram compatíveis com os valores judaicos.
Sabíamos todos – o rabino, o ashkenazi, o sefarade, os laicos, os agnósticos, os ateus, quem ele era muito antes de 2018. A questão é que muitos judeus não agiram como judeus, optando por votar no fascista ou anular o voto, permitindo assim a sua eleição.
Em nome do que? De interesses pessoais para uns, do ódio pelo outro candidato para outros, de cegueira para terceiros.

Por trás da triste realidade estão quase 700 mil mortos, centenas de milhares dos quais poderiam ter sido salvos se não fosse o negacionismo da Covid.

Ainda mais incompreensível é por que não se preocuparam com o aumento de atos nazistas, como se o passado de sofrimento de nossos pais e avós não contasse. O filósofo franco-argelino Bernard Henri Levy, em visita ao Brasil, advertiu os judeus ao lembrar que a discriminação acaba, inevitavelmente, desembocando no antissemitismo.

Nos últimos três anos e meio, no Brasil, o número de células neonazistas cresceu mais de 270%, para ultrapassar 600.
Nada a ver com Bolsonaro; diriam alguns. Vejamos:

– Em 1998, Bolsonaro elogiou Hitler, ao afirmar que o líder do 3° Reich “soube impor ordem e disciplina”. Os formandos da turma de 1995 do colégio militar de Porto Alegre tiveram que escolher, entre Jesus Cristo, Joana D’Arc, Tiradentes, Ayrton Senna, Mahatma Gandhi, Herbert de Souza, Adolf Hitler e outros, a personalidade histórica mais admirável. Dos 158 que se formaram, 84 escolheram o Fuhrer como a principal figura. Tiveram pleno apoio do capitão expulso do Exército.

– Em 2004, Bolsonaro enviou carta de agradecimento aos sites neonazistas e supremacistas nos seguintes termos: “Vocês são a razão de existência do meu mandato”.

– Em uma entrevista ao extinto programa CQC, da Band, o ainda deputado disse que Hitler era um estrategista, que queria “aniquilar outro país para defender o seu povo.” Assim, negando o holocausto, completou: “genocídio é outra história”.

– Ao ser questionado se entraria no exército nazista de Hitler, teria respondido: lógico. E para se auto-satisfazer, mentiu que seu avô lutou como soldado na 2° Guerra a favor de Hitler.

– Em 2011, um grupo de neonazistas saiu às ruas em defesa do capitão.

– Nas redes sociais, Bolsonaro postou um selfie com um sósia de Hitler, convidado pelo seu filho Carlos para discursar na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.

– “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Bolsonaro usou em campanha eleitoral o slogan copiado da Alemanha nazista.

– Em 2019, em evento com evangélicos e rememorando sua visita a Israel, o presidente disse, sobre o Holocausto, que “Podemos perdoar, mas não esquecer.” Ele ainda teve a desfaçatez de fazer ironia: – Perdoar o quê, pateta? As câmaras de gás? O extermínio ético?

– Durante uma live presidencial, tomou um copo de leite, em alusão ao símbolo dos supremacistas brancos da Alt Right, grupo neonazista norte-americano.

– “Melhor viver um dia como leão do que cem anos como cordeiro” disse o inominável. Este era o bordão de Mussolini, o líder fascista da Itália, repetido em outra live.

– Imitando Benito Mussolini, um de seus inspiradores, o capitão promove motociatas.

– Ao tomar posse, o secretário de cultura, Roberto Alvim, interpretou o papel de Joseph Goebbels, copiou texto e fotografia do braço direito de Hitler, em discurso pronunciado ao som de Wagner, o compositor preferido do fuhrer. O presidente hesitou muito, mas acabou o demitindo por pressão da comunidade judaica.

– O secretário da Comunicação Fabio Wajgarten, judeu, usou a frase do portão de Auschwitz para ilustrar uma fala e salientar a narrativa bolsonarista de que “O trabalho liberta”.

– Em 2021, o presidente, todo sorrisos, se reuniu com a neta do ministro das finanças de Hitler, a neonazista Beatrix von Storch, vice-líder da Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema direita. A AfD é um partido racista, xenófobo, antissemita, islamofóbico, negacionista da pandemia e revisionista do Holocausto. O partido foi colocado sob vigilância pelo Estado Alemão e passou a ser considerado uma potencial fonte de terrorismo interno e ameaça à democracia.

Beatrix von Storch e Bolsonaro

– Um bolsonarista propôs, na Jovem Pan, que o Brasil matasse judeus para enriquecer, como fez a Alemanha nazista. O capitão nada disse.
Assim como se calou quando o apresentador Monark defendeu, diante de milhões de pessoas, a existência de um partido nazista. Quanto a ser amigo de Israel, trata-se de uma Israel branca, armada, cristã e ultracapitalista.

– No auge da pandemia, o então chanceler terraplanista Ernesto Araujo assimilou o isolamento social aos campos de concentração.

Não podemos esquecer tampouco que o guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, foi um notório e assumido antissemita.

Apesar de se auto-intitular amigo dos judeus, o governo se cercou de referências, inspirações e servidores nazistas, que acabaram tomando conta do Palácio e transformando o Planalto numa caserna hitlerista.

Com nazista não há conversa, nazismo se combate.

Os judeus não podem, não têm o direito de continuar a fechar os olhos para não ver, a boca para não protestar e o nariz para não sentir o fedor que exala do esgoto palaciano.

JUDIAS E JUDEUS CONTRA BOLSONARO COM LULA/ALCKMIN NO 1° TURNO

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