Editorial da Folha chama Bolsonaro de golpista, Lira de corrupto e diz que Forças Armadas chafurdam na lama

O texto diz que o presidente precisa ser impedido ''pelas forças vivas da democracia''

Atualizado em 19 de julho de 2022 às 16:19
Bolsonaro com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco. Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Folhapress

Em editorial nesta terça, 19, intitulado ”Presidente golpista”, a Folha discorre sobre os esforços de Bolsonaro em atrapalhar as eleições e achincalhar as instituições do país. A publicação ocorre menos de 24 horas após o encontro golpista promovido por Bolsonaro com dezenas de embaixadores no Palácio do Alvorada.

Como o mandatário não atingiu seu objetivo de comprovar fraude nas urnas em eleições passadas e desacreditar o voto eletrônico, a Folha diz que sua “segunda linha de fogo é a de conturbar a vida cívica nacional, o que não dispensa a incitações de arruaças e sublevações.”

Ao pontuar que é preciso impedir Bolsonaro para preservar a democracia, o texto segue dizendo que organizações do Estado que se consolidaram ao longo dos anos se ”atolaram na lama da marcha autoritária” e, “tanto as Forças Armadas quanto o Itamaraty se envolveram em esquemas contra as urnas”.

O texto se refere ao presidente da Câmara dos deputados, Arthur Lira, alegando que perdeu há muito tempo as condições de permanecer no cargo. Segundo a Folha, Lira está acomodado no esquema de corrupção com o Planalto, que lhe dá o direito de controlar a execução do Orçamento.

Lira se mantém calado em relação aos descalabros do governo, ignorando os pedidos de impeachment, segundo a Folha por cumplicidade com o mandatário.

”Dinheiro em troca da tolerância ao bonapartismo – eis o pacto que sustenta o presidente da República no Congresso Nacional”, diz um trecho do forte editorial.

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