O sorriso do irmão bolsonarista de Marcelo Arruda na foto com Jair Bolsonaro é das cenas mais abjetas entre tantas num governo abjeto.
Não se sabe o que moveu José — e agora, José? —, se vaidade ou boas intenções, mas é chocante até onde vai a canalhice do governo e de seus cúmplices.
O presidente recebeu José Arruda no Planalto num convescote com a presença do deputado Otoni de Paula, que ameaçou Lula e petistas de morte, e do ex-senador Magno Malta.
Otoni fez questão de contar que Bolsonaro “pediu desculpas” por espalhar mentiras sobre o crime. Após Guaranho assassinar Marcelo, o sujeito tratou o atirador como vítima e disse que ele havia sido até mesmo “chutado no chão”.
Horas antes do encontro, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra Guaranho, que se tornou réu por homicídio duplamente qualificado – por motivo fútil por “preferências político-partidárias antagônicas” e por colocar a vida de um grupo de pessoas em risco.
Nelson Rodrigues escreveu que o brasileiro, quando não é canalha na véspera, é canalha no dia seguinte. Temos um canalha na presidência da República que ri de mortos. Foi assim na pandemia.
Quando um homem se junta aos sicários que mandaram exterminar seu irmão e ainda aparece com todos os dentes à mostra na fotografia, é porque algo se perdeu para sempre, e não apenas para ele.