O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem realizado encontros secretos com a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, desde 2020. O chefe do Executivo prometeu a ela o cargo de PGR após a saída de Augusto Aras, em 2023, caso ele seja reeleito, segundo a coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles.
As duas primeiras reuniões entre os dois ocorreram por intermédio do ex-deputado federal Alberto Fraga, que levou Lindôra ao Palácio da Alvorada para apresentá-la ao presidente. Na época, ela era coordenadora da Assessoria Jurídica Criminal da PGR.
O ex-parlamentar atendeu a um pedido de Bolsonaro, que pediu para conversar com a vice-PGR. Na época, Lindôra tinha a intenção de atuar em processos que tramitam no Superior Tribunal de Justiça. Portanto, cuidava de inquéritos criminais de governadores de estado, tanto aliados quanto adversários do presidente.
O nome de Lindôra também foi levantado por pessoas próximas a Bolsonaro, incluindo o próprio Augusto Aras e seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Apesar de não querer indicar uma mulher à PGR, o presidente aceitou se reunir com ela.
No primeiro encontro, que ocorreu na biblioteca do Palácio da Alvorada, participaram somente Bolsonaro e Lindôra. Após a reunião, ele teria dito a Fraga: “Gostei, gostei. Foi bom”.
Em 2021, eles se encontraram novamente. Desde então, os dois têm mantido encontros sem intermediação do ex-deputado e se falam diretamente por WhatsApp.
Nesta semana, Lindôra pediu ao STF o arquivamento de sete das 10 apurações preliminares que têm como alvo o presidente, ministros, ex-ministros e o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, no contexto da pandemia de covid-19. Os pedidos de investigação partem de conclusões da CPI da Pandemia.