O pivô do atrito entre o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Kassio Nunes Marques e o presidente Jair Bolsonaro (PL) é o desembargador Ney Bello, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região). Indicado pelo chefe do Executivo ao Supremo, Kassio está descontente com a possível nomeação de Bello para uma das duas vagas disponíveis para ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Apoiado pelo ministro Gilmar Mendes, algoz de Nunes Marques no STF, Ney Bello era o favorito para assumir o cargo, junto ao desembargador Messod Azulay Neto, do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região. No entanto, após todo o alvoroço causado pelo possível rompimento, outros nomes começaram a serem especulados, como o do desembargador Paulo Sérgio Domingues.
A desavença entre os dois magistrados teria começado em 2020, na época da indicação de Kassio ao STF. Depois disso, ele e Bello nunca mais tiveram proximidade.
Na quinta-feira (28), aliados do presidente informaram o ministro que Bolsonaro faria as indicações para o STJ. Desde então, Nunes Marques deixou claro que era contrário à nomeação do antigo colega do TRF-1, mesmo após aliados tentarem convencê-lo.
A nomeação para as vagas já está demorando muito mais do que esperado. Bolsonaro deseja que todo esse processo seja finalizado até o fim da primeira semana de agosto.