O fato de Sergio Moro ter sido escrachado em Curitiba é a prova cabal de que o ex-juiz está liquidado.
A capital parananse era seu quartel general, sua Jerusalém. Candidato a senador pelo estado, depois de ser escorraçado de São Paulo pelo TRE, ele foi fazer um teste de popularidade.
Na feira do Juvevê, foi xingado de “bandido”, “safado”, entre outras gentilezas. Estamos falando de um bairro de classe média alta, onde Deltan Dallagnol mora e onde fica o prédio da Justiça Federal.
Ele e seu poucos fãs se defenderam dizendo que era coisa de militantes.
Ora.
Há um ano — menos até –, seria impensável qualquer um ousar hostilizar o super herói local, o queridinho da cidade que se orgulhava de ser “capital da Lava Jato”, ou algo que o valha.
Seria espancado na hora. Como mexer com uma unanimidade?
A festa acabou, o beijo virou a véspera do escarro, a máscara caiu e Sergio Moro tornou-se um candidato vulgar, um medíocre ex-ministro de genocida, ex-magistrado parcial dado a práticas corruptas.
O enterro de Moro aconteceu em sua Curitiba, quem diria, sem direito a choro ou vela. Os antigos seguidores, pelo contrário, silenciaram.
No seu próximo passeio é capaz de ele ser devorado por multidões de cidadãos de bem famintos, como o psiquiatra de “De Repente, no Último Verão”, de Tenessee Williams, gritando “pão, pão, pão!”.