Após a publicação feita pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, nesta terça-feira (9), em que associava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e as religiões de matriz africana às “trevas”, a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) insiste no tema e estuda atacar na TV a esposa do petista, a socióloga Rosângela Silva, mais conhecida como Janja, fazendo uma ligação entre ela e a “macumba”.
A campanha dos presidenciáveis na televisão e nas rádios começará a partir de 16 de agosto, e segundo a Folha de S. Paulo, a ideia dos estrategistas de Bolsonaro seria explorar a imagem da socióloga, trazendo elementos que poderiam afastar mais Lula do eleitorado evangélico e das mulheres, mais especificamente.
Em suas redes sociais, a esposa do petista se mostra uma mulher moderna, independente, desinibida e engajada politicamente. Ela aparece em diversas publicações dançando e interagindo com eleitores de Lula, sendo considerada uma das peças-chaves de sua campanha.
Uma das imagens que Janja postou, em especial, é vista como uma das armas dos apoiadores do presidente para atacá-la. Nela, a socióloga está em seu casamento com Lula, de vestido branco, ao lado de um dos orixás da Umbanda e do Candomblé. Ao postar a imagem no Twitter, ela escreveu: “Saudades de vestir branco e girar, girar, girar…”.
Para aliados do mandatário, a imagem poderia desgastar o ex-presidente no eleitorado evangélico, já que muitos religiosos não veem com bons olhos as religiões de matriz africana. Existem, ainda, pastores que incentivam o preconceito e atacam abertamente essas crenças.
A primeira-dama também é considerada um elemento fundamental para a campanha do presidente, especificamente entre as mulheres e os evangélicos. No entanto, sua postura é completamente contrária à de Janja.