O Ministério da Defesa ainda não conseguiu emplacar uma forma de teste às urnas que agrade os militares que participam da fiscalização do sistema eletrônico de votação e quer convencer o próximo presidente da Corte, Alexandre de Moraes, a fazer mudanças no teste de integridade. Realizado desde 2002 pela Justiça Eleitoral, o atual sistema consiste em uma votação simulada que tem como objetivo certificar a contagem correta dos votos.
No modelo atual, a testagem é realizada no dia da votação, nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para onde vão urnas sorteadas na véspera do pleito. Lá, em ambiente de “laboratório”, servidores digitam os votos registrados antes em cédulas de papel. Ao fim, a contagem da urna é comparada com a das cédulas. Tudo é filmado e transmitido ao vivo na internet e fiscais podem acompanhar o procedimento, que não tem envolvimento direto de eleitores.
Porém, de acordo com o Estadão, os militares querem que a votação paralela do teste aconteça em condições reais e fizeram uma proposta de que a testagem seja feita na própria seção eleitoral, com uma segunda urna apenas para os testes e a participação dos eleitores para garantir um “ritmo real de votação”. Depois de votarem na cabine oficial, eles seriam chamados a destravar a urna-teste com a própria biometria e, em seguida, dispensados. A partir daí, servidores da Justiça procederiam à votação paralela como fazem hoje.
Mesmo com a objeção de técnicos do TSE, que dizem que a proposta da Defesa pode gerar “confusão” pelo ambiente da seção eleitoral ser mais tumultuado, ministros do Planalto já entraram em cena para tentar convencer Alexandre de Moraes a aceitar o modelo sugerido pelos militares. Interlocutores de Bolsonaro reforçaram a versão de que ele tende a aceitar um acordo.