O procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, se encontrou nesta quarta-feira (24) com o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e com comandantes do Exército, Marinha e Força Aérea Brasileira.
A reunião foi registrada na agenda do ministro da Defesa, mas não na de Aras. Segundo a PGR, o encontro, que ocorreu na sede do ministério, foi para discutir “o papel das instituições”. A Defesa ainda não se manifestou.
O encontro acontece um dia depois de uma crise entre a Procuradoria-Geral da República e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, motivada pela operação da Polícia Federal contra empresários bolsonaristas defensores de um golpe caso o ex-presidente Lula (PT) vença as eleições.
Aras reclamou que não foi avisado com antecedência sobre a ação da PF. Pouco depois, o jornal Jota revelou que os celulares dos empresários apreendidos continham diálogos de alguns deles com o PGR, que tem uma certa afinidade com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Estavam na reunião os comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes; da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Júnior; e da Marinha, almirante de esquadra Almir Garnier.
Na última terça-feira (23), o ministro da Defesa se reuniu com Moraes, que é também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e insistiu mais uma vez para que as Forças Armadas acolham sugestões de mudanças no processo de fiscalização das urnas eletrônicas.
O encontro foi uma tentativa do governo de amenizar as tensões com o TSE. Nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) evitou fazer críticas à corte eleitoral e ao sistema de votação.
Recentemente, Aras defendeu as urnas eletrônicas, mas evitou criticar o presidente diretamente pelos ataques ao processo eleitoral. Na posse de Moraes, ele afirmou estar “irmanado na defesa do sistema eleitoral” e no combate “aos abusos de qualquer natureza”.