O empresário Meyer Nigri, que está entre os alvos da operação da Polícia Federal contra donos de empresas que defenderam um golpe de Estado caso o ex-presidente Lula (PT) vença as eleições, influenciou ao menos três indicações para o alto escalão do governo Bolsonaro.
Segundo o jornal O Globo, o dono da construtora Tecnisa ajudou na escolha do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e do ex-ministro da Saúde Nelson Teich, que teve passagem rápida pelo governo no auge da pandemia por discordar do presidente sobre a cloroquina.
Ele também influenciou na escolha de Fábio Wajngarten para chefiar a Secretaria Especial de Comunicação da Presidência. Após desavenças com integrantes do governo, Wajngarten deixou o cargo, mas hoje atua na campanha de Bolsonaro à reeleição. Ele e Nigri foram responsáveis pela aproximação do chefe do Executivo com empresários da comunidade judaica em 2018.
Nigri contribuiu ainda para a indicação de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Quando o nome do procurador virou assunto por relações com o PT, o empresário ajudou a reverter a situação.
Ele é um dos oito alvos da PF na operação deflagrada na terça-feira (23) por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.