A entrevista do ex-presidente Lula (PT) ao Jornal Nacional na noite desta quinta-feira (25/08), foi comemorada pela campanha do candidato. Três integrantes do núcleo duro da campanha petista avaliam reservadamente que, ao longo dos quarenta minutos de entrevista, Lula enfrentou bem o espinhoso tema da corrupção, marcou gols e vai conseguir virar o voto de eleitores indecisos que podem ser decisivos para liquidar a disputa já no primeiro turno.
“Ele enfrentou o debate da corrupção, tema que o impede de crescer entre os indecisos dos setores médios. Falou de propostas, falou contra as armas, ódio, intolerância, dialogou com os indecisos que não querem o Bolsonaro devido a apologia à violência”, afirmou um interlocutor do ex-presidente ao Globo.
O eleitorado de classe média é considerado peça-chave no tabuleiro político lulista para garantir a vitória na corrida pelo Palácio do Planalto. Os petistas também apostam no “voto útil” para tentar impedir que a disputa só seja resolvida no segundo turno.
Para outro integrante do núcleo duro da campanha, Lula “cravou no Bolsonaro a pecha de rainha da Inglaterra e implodiu o orçamento secreto”. Isso porque o ex-presidente chamou o adversário de “bobo da corte” por não controlar os recursos orçamentários.
“A diferença para Bolsonaro foi brutal”, alfinetou um petista. “O mais importante foi a postura de serenidade, de diálogo, e de encontrar uma maneira de passar o que desejava”.
A campanha de Jair Bolsonaro à reeleição planeja resgatar no horário eleitoral a memória de escândalos de corrupção que abalaram os governos do PT para aumentar a rejeição à figura de Lula.
Outro gesto do ex-presidente que foi comemorado por aliados foram as sucessivas citações ao companheiro de chapa, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Para o entorno de Lula, as menções a Alckmin servem para estreitar os laços com o ex-tucano, fideliza a chapa e passa a convicção de que a aliança é “pra valer”.