A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido procurada por duas categorias que fazem parte da base bolsonarista. No último mês, militares e evangélicos entraram em contato com o candidato à Presidência para demonstrar neutralidade, segundo a rádio CBN.
Militares do alto escalão do Exército e da Aeronáutica procuraram a campanha petista para sinalizar que, mesmo apoiando Jair Bolsonaro (PL), não aceitariam uma eventual ruptura institucional por parte do atual presidente.
Os generais e brigadeiros que entraram em contato com a campanha de Lula são, em sua maioria, antigos coronéis que conheceram o ex-presidente enquanto ele esteve no Palácio do Planalto e hoje ocupam cargos de comando militar.
Aliados do petista afirmam que os militares reconheceram que tiveram benefícios salariais com Bolsonaro e mais espaço no governo, mas negam que essas vantagens sejam suficientes para o desgaste que geraria um eventual golpe de Estado.
O ex-presidente também foi sondado por lideranças da Assembleia de Deus Ministério Madureira, comandada pelo pastor Samuel Ferreira.
O deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP), que integra a igreja, nega que a entidade tenha feito qualquer aceno a Lula. Ele afirma que a Assembleia de Deus Ministério Madureira está empenhada na campanha de reeleição de Bolsonaro.
O encontro entre os líderes evangélicos e o petista não ocorreu, nem tem data para acontecer. Mas a procura pelo Lula é uma sinalização de abertura para diálogo e tentativa de apaziguar os ânimos.