Lula fala do combate à fome em estreia da propaganda eleitoral no rádio

“É um grande prazer encontrar vocês aqui para conversar sobre o futuro do país. A alegria só não é completa porque neste momento milhões não têm o que comer”, disse Lula

Atualizado em 27 de agosto de 2022 às 13:15
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Imagem: Reprodução.

A fome foi o tema central do candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na estreia da propaganda eleitoral do rádio neste sábado (27). O programa de Lula citou o litro do leite mais caro que a gasolina e disse que nos governos petistas, o brasileiro podia fazer um “churrasquinho”. O candidato também disse que se ele for eleito o povo voltara a “andar de avião”.

Na abertura de seu programa, o ex-presidente afirmou que sente prazer em conversar sobre o futuro do país. Alegria que, segundo ele, só não é maior em razão das pessoas que estão passando fome.

“Meus amigos, minhas amigas. Peço a Deus que ilumine esta nação e nos ajude a reconstruir o Brasil. É um grande prazer encontrar vocês aqui para conversar sobre o futuro do país. A alegria só não é completa porque, neste momento milhões não têm o que comer”, disse Lula.

Bolsonaro

Já o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, ressaltou a criação do Auxílio Brasil de R$ 600 e apontou os efeitos da pandemia de covid-19 na economia.

O programa de Bolsonaro usou trechos do discurso dele no lançamento oficial da candidatura, em evento no ginásio Maracanãzinho, no fim de julho.

No trecho, o presidente diz que substituiu o Bolsa Família pelo Auxílio Brasil e subiu o valor para R$ 600. Atualmente, a lei prevê esse valor só até dezembro, mas Bolsonaro afirma que vai estender para o ano que vem.

“Dentro da responsabilidade fiscal, extingui o Bolsa Família, que pagava em média R$ 190. Tinha mulheres ganhando R$ 80. Passaram a ganhar R$ 600. Conversei com o Paulo Guedes. Esse valor será mantido no ano que vem”, afirmou Bolsonaro no discurso.

O programa do presidente teve um locutor com sotaque do Nordeste. Na região, Lula conta com seu maior domínio, com 57% das intenções de voto ante 24% de Bolsonaro, segundo a pesquisa Datafolha.

A vantagem levou políticos da região filiados ao PL, partido do presidente, a aderirem ao candidato petista. Dos 142 prefeitos da sigla no Nordeste, ao menos 20 apoiam o petista e só 3 pedem voto para o presidente, mostra reportagem da Folha de São Paulo.

Ciro

O programa do candidato do PDT disse que Ciro é o único candidato que propõe renda mínima de R$ 1 mil para famílias carentes, Lei Antiganância (que limita o pagamento de juros ao dobro do valor original da dívida) e tirar o nome dos brasileiros da lista dos devedores. Todas essas são propostas tradicionais de Ciro, repetidas por ele em suas agendas de campanha.

“O que eu quero é isso. Criar um Brasil onde ninguém fica para trás e coloca os mais pobres na frente. Criar renda mínima, colocar a educação brasileira entre as 10 melhores do mundo e criar 5 milhões de empregos”, disse Ciro.

Tebet

A propaganda da candidata do MDB começou apresentando características pessoais de Tebet. Informou que ela é mãe, casada, professora universitária e senadora.

Ela lembrou das resistências que encontrou dentro do partido para ser lançada oficialmente como candidata do MDB.

“Tudo para mulher é mais difícil. Disseram que eu não conseguiria ser a candidata. Chegaram a dizer que não seria aprovada na convenção. Superamos vários políticos e agora é oficial”, declarou Tebet.

Soraya Thronicke

A candidata do União Brasil, que também é senadora, afirmou em seu programa que “não dá” para voltar aos “erros do passado” nem “errar de novo”.

“Por que eu quero ser presidente? Porque não dá mais para conviver entre o medo e o ódio. Com desigualdades e injustiças. Não dá mais para voltar aos erros do passado nem errar de novo”, disse Soraya.

Felipe d’Ávila

O presidenciável do Novo criticou os candidatos que, segundo ele, destroem o orgulho de ser brasileiro. “Nessas eleições, você vai ouvir promessa de gente que transformou o Brasil nesse caos, de gente que destrói nosso orgulho de ser brasileiro. Chega desse país dividido”.

A propaganda eleitoral será exibida, no rádio e na televisão, até o dia 29 de setembro, antes do primeiro turno. No segundo, serão mais três semanas, a partir de 7 de outubro.

(Texto publicado originalmente em Rede Brasil Atual)

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