Depois do debate da Band, neste domingo, o núcleo duro da campanha de Jair Bolsonaro começa a reavaliar a presença do presidente nos próximos confrontos. O presidente faltou à sabatina promovida pela Jovem Pan na manhã desta segunda-feira.
A equipe do candidato do PL ficou até de madrugada avaliando sua performance no debate e defende que ele não vá a mais nenhum debate no primeiro turno e selecione poucos convites para entrevistas, de preferência em podcasts de grande audiência e pouco confronto.
Pelo menos três já estão previstos até as eleições: na TV Aparecida, no dia 13; no pool entre SBT, CNN, Veja, Estadão, NovaBrasil FM e Terra, no dia 24; e na Globo, no dia 29 de setembro.
Na avaliação de um aliado, candidatos com pontuação inexpressiva “não têm nada a perder e, portanto, partem para o ataque de presidenciáveis” com chances reais.
Um integrante da campanha classifica ainda como pequeno o desgaste caso Bolsonaro não participe de nenhum outro debate. Para esse integrante do QG, o eleitor do presidente não se importa para a ausência dele numa atração deste tipo.
Antes do debate, o clima era de confiança no QG de Bolsonaro. A ala política avaliava que ele estava seguro e pronto para o enfrentamento duro com o ex-presidente Lula. Não estava no script traçado pela equipe de campanha que misoginia e os ataques de Bolsonaro às mulheres e à imprensa fosse virar o principal tema do debate, diz o Globo.
De acordo com pesquisa qualitativa realizada pelo Datafolha, Bolsonaro teve a pior avaliação durante o debate. Cinquenta e sete pessoas votaram no levantamento sobre qual candidato se saiu pior no debate presidencial. O vencedor, com 51% dos votos, foi Bolsonaro. Lula ocupou a segunda posição, com 21%, e Soraya, com 14%.
O presidente Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição, com 51% dos votos foi determinado como a pior participação durante o debate.
A campanha fez uma avaliação negativa dos ataques de Bolsonaro à imprensa e às adversárias mulheres e o uso reiterado do termo “mimimi” para se contrapor às acusações de machismo e misoginia. A ala política acha que, além de impedir a busca de votos das mulheres, a agressividade de Bolsonaro pode tirar votos nos estratos mais pobres e também entre os evangélicos, público em que a condução do governo federal da pandemia tinha sido muito mal avaliada, mas que ele vem reconquistando.