Durante entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta terça-feira (6), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) poderia ser sua escolha para vice nas eleições deste ano, caso ele não tivesse o “traído” por influência de sua amizade com o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB).
“Sergio Moro tinha tudo para ser excelente político, trazia uma bagagem muito grande da Lava Jato. Ele tinha tudo para agora ser o meu vice e em 2026 ser candidato à presidência”, disse o ex-capitão. “Mas algo subiu à cabeça dele, as amizades que ele cultivou ao longo desse tempo de ministro levou a isso. Ele era muito chegado ao Doria”.
O presidente ainda destacou que considera a saída de Moro do seu governo como a única traição por parte de um ex-ministro, mesmo havendo outros nomes que deixaram a atual gestão e viraram opositores de Bolsonaro. “Com Sergio Moro sim [me senti traído], dei o Ministério [da Justiça] para ele, como para todos, com porteira fechada pela competência”, disse.
O chefe do Executivo ainda avaliou a operação da Polícia Federal contra o ex-juiz por campanha irregular e disse considerar “uma agressão”, mas que não teria “nada para defender” o ex-aliado. “Não tenho nada para defender do Moro, tenho péssimas recordações dele quando foi ministro. Mas esse fato de ir na casa, ou comitê eleitoral, é uma agressão. É uma covardia o que fizeram com o ex-ministro”.
Bolsonaro ainda defendeu os empresários que estão na mira do STF (Supremo Tribunal Federal), devido às mensagens enviadas em um grupo de WhatsApp no qual era defendido um golpe de estado caso o ex-presidente Lula (PT) fosse eleito. “Uma covardia o que fizeram com os oito empresários. Por uma notinha do jornal Metrópoles se bloqueia contas, faz busca e apreensão na casa de empresários”, concluiu.