Campanha de Bolsonaro investe em “voto envergonhado” para contestar Datafolha

Atualizado em 15 de setembro de 2022 às 14:37
Jair Bolsonaro com expressão séria e dedo próximo da boca, olhando pra frente
O presidente Jair Bolsonaro (PL)
Foto: Reprodução/Instagram

Com a divulgação da nova pesquisa Datafolha nesta quinta-feira (15), a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) já criou uma estratégia para encarar os novos índices da pesquisa, usando o fenômeno do “voto envergonhado” que as pesquisas não conseguem captar.

Foi feito um levantamento que tenta demonstrar que, das 94 pesquisas realizadas no período eleitoral de 2018, nenhuma delas conseguiu determinar os votos envergonhados que podem eleger Bolsonaro como presidente. Essa narrativa começou a estimulada pelo QG de campanha após a pesquisa Ipec apontar uma diferença de 15 pontos percentuais do ex-presidente Lula (PT) sobre o candidato à reeleição.

O objetivo da equipe de campanha é continuar explorando essa versão para evitar que se crie uma sensação de vitória em torno do petista.

A pesquisa irá entrevistar presencialmente 5.926 pessoas acima de 16 anos em 191 cidades de todos os estados brasileiros, sendo a maior amostra elaborada pelo Datafolha desde o início desta campanha.

Em diversas reuniões privadas, os caciques dos partidos que apoiam Bolsonaro, como PL, PP e Republicanos, novamente têm reproduzido o discurso de deputados que relatam um crescimento de Bolsonaro no eleitorado do interior do Brasil.

Outra estratégia utilizada pelo Partido Liberal para ir contra os resultados obtidos pelos institutos como Datafolha e Ipec é usar os dados dos monitoramentos internos contratados pelo próprio partido, que irão apontar uma diferença menor, considerando o empate técnico.

Esses dados são utilizados como saída pelo partido, porém, não podem ser publicados porque não são registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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