Na manhã desta quinta-feira (22), uma coluna no UOL gerou indignação nas redes sociais. Com o título, “Lula cogita manter Augusto Aras na PGR se ganhar eleição”, o texto discorre sobre tese absurda de que, se eleito, Lula manteria Aras.
Para começar, o título caça-clique não entrega ao leitor o fato enunciado. A história é que “aliados de Luiz Inácio Lula da Silva têm defendido…” etc etc.
Não há qualquer menção, em on ou off, de que Lula possa ter ao menos conversado com seus botões sobre essa hipótese, e o verdadeiro motivo é simples.
Não cabe ao presidente da República manter ou não o PGR em seu posto. PGR tem mandato e o de Aras se encerra em setembro de 2023. Se quiser defenestrar ou não o servil Aras, Lula precisaria de aprovação da maioria absoluta do Senado Federal.
A colunista ainda procurou o PGR para saber dessa recondução fantasiosa, vedada pela Constituição Federal (art. 128). O mesmo não se fez de rogado, e, ao invés de alertar sobre a vedação legal, preferiu inventar que “não tem interesse em ser reconduzido para a PGR, mesmo que seja indicado”.
Após a repercussão da fake news, a colunista complementou a patacoada com nota da assessoria de Lula, que afirma que o “ex-presidente está disputando sua sexta eleição, e diz que em nenhuma delas, muito menos nessa, discutiu antes das eleições cargos no governo ou indicações no judiciário”.
“Qualquer pessoa que especule sobre esse assunto não fala em nome do ex-presidente e mente ao ventilar nomes para a PGR ou outros cargos. Qualquer matéria feita sobre esse assunto com bases em fontes anônimas (off) ou mesmo em on que não seja o próprio ex-presidente devem ser desconsideradas”, diz a assessoria.