Na reta final da campanha, o comitê de campanha do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) admitiu, nos bastidores, que já não há mais recursos para impulsionarem o candidato e tentar reagir contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo os colunistas do G1 Andreia Sadi e Octavio Guedes.
Sem uma suposta “bala de prata”, os assessores do Bolsonaro decidiram focar no aumento da rejeição do petista, porém, bolsonaristas mais radicais têm outros planos. Estimulam o presidente a continuar atacando as urnas eletrônicas e provocar um tumulto no processo eleitoral. Algum deles propõem uma enchente de ataques nas redes sociais.
Políticos do Centrão que participam da campanha creem que a estratégia é um “tiro no pé”. Nas palavras de um deles, “voltar a atacar as urnas é uma estratégia aloprada”.
Na noite desta quinta-feira (22), em entrevista à TV A Crítica, Bolsonaro já deu o recado e, novamente, voltou a mentir sobre uma suposta fiscalização de militares na chamada “sala cofre do TSE”. O presidente afirmou que as Forças Armadas “pretendem colocar técnicos deles dentro da sala cofre do TSE”.
Nos últimos meses, durante a campanha do chefe do Executivo, seus apoiadores espalharam diversas mensagens falsas promovendo que a apuração dos votos das eleições aconteceria nesta sala em questão. O computador que processa a totalização dos votos ficaria na “sala cofre”, e seria protegido e monitorado 24 horas por dia para garantir a sua segurança.
Bolsonaro apostou também no método de provocar o tumulto, e isso agradou radicais da campanha que não enxergam outra saída para o presidente em séria desvantagem nas pesquisas.
Segundo políticos do Centrão que integram a campanha do ex-capitão, a estratégia é um “tiro no pé”, já que o presidente está apenas perdendo votos e afastando os indecisos com tanto tumulto e adesão as “teorias conspiratórias”. Nas palavras de um político do Centrão, “voltar a atacar as urnas é uma estratégia aloprada”.
Para a campanha do PT, Bolsonaro continuará insistindo em divulgar fake news na reta final e poderá adotar medidas “desesperadoras”.