Apoiadores de Lula superam bolsonaristas em engajamento nas redes sociais; saiba o motivo

Atualizado em 7 de outubro de 2022 às 15:01
Jair Bolsonaro em sessão na maçonaria
Foto: Reprodução

Apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) superaram seguidores de Jair Bolsonaro (PL) no engajamento nas redes sociais. Enquanto bolsonaristas compartilhavam um vídeo de um suposto apoiador satanista de Lula, opositores a Bolsonaro publicavam uma gravação antiga do presidente em uma loja maçônica, segundo o Estadão.

Um levantamento feito por Letícia Capone e Vivian Mannheimer, do grupo de pesquisa em Comunicação, Internet e Política da PUC-Rio, indica que o engajamento de perfis e canais de esquerda com os termos “maçonaria”, “satanismo” e “pacto” superou em mais de quatro vezes o de apoiadores de Bolsonaro no Facebook e no Instagram: 738 mil a 166 mil interações com as duas mídias socais juntas. No YouTube, a esquerda teve mais que o dobro de visualizações: 1,2 milhão, ante 565 mil.

Normalmente, bolsonarista obtém grande vantagem nessas métricas. De acordo com Capone, não há apenas um motivo capaz de explicar a esquerda ter saído na frente no início de segundo turno. “Pode ter sido pela novidade, uma narrativa geralmente adotada pela extrema-direita, de perseguição à fé, ou porque não houve uma reação forte do outro lado”, disse ao Estadão.

O conteúdo compartilhado por apoiadores de Lula mostra Bolsonaro em uma loja da maçonaria, antes da eleição de 2018, tentando conquistar apoio. A organização não tem relação direta com a religião, mas ainda assim é malvista por evangélicos, eleitorado que o presidente lidera, segundo as pesquisas de intenção de voto.

Magali Cunha, pesquisadora do Instituto de Estudos da Religião (Iser) e colaboradora do Conselho Mundial de Igrejas, afirmou ao Estadão que há uma rejeição grande por parte de grupos evangélicos à maçonaria.

Sem evidências, perfis de esquerda espalharam que Bolsonaro seria maçom e satanista. Segundo Magali, a mensagem surtiu efeito em grupos de WhatsApp evangélicos em que ela tem acesso. “Muitos comentários, vários de decepção, e isso, de fato, afetou a campanha a ponto de (o pastor) Silas Malafaia ter se pronunciado. Esse pronunciamento é um sinal do alcance”, disse.

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