Nesta reta final de segundo turno, a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia que será necessário responder de forma mais enérgica aos ataques sofridos nas redes e cobrar uma atuação mais célere no combate às fake news por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nesta segunda-feira (17), a coligação que representa a candidatura de Lula foi ao TSE pedir que a corte atue junto às plataformas para que elas cumpram com maior agilidade as decisões judiciais. O presidente do tribunal, o ministro Alexandre de Moraes, se comprometeu a se reunir com as empresas.
Integrantes da campanha reclamam da lentidão do TSE em alguns casos, como na divulgação da notícia falsa de que Lula fecharia igrejas se eleito. Afirmam também que, enquanto uma ofensa ao candidato petista permaneceu nas redes por dez dias, o vídeo que associa o presidente Jair Bolsonaro (PL) ao canibalismo foi retirado do ar em 24 horas.
As equipes jurídica e digital perceberam um aumento significativo nas denúncias contra notícias falsas feitas nos canais oficiais da campanha. Foram 10,2 mil denúncias entre os dias 3 e 16 de outubro.
Dos 87 pedidos que foram direcionados ao tribunal eleitoral até aqui, a campanha petista foi atendida em 37 oportunidades, enquanto a bolsonarista em seis. Proporcionalmente, a campanha do atual presidente foi atendida com mais frequência, num total de 85% do universo de ações.
O volume e a velocidade de propagação de notícias falsas tem se sobreposto ao TSE nestas eleições e ainda permanecem nas redes mentiras que associam o presidenciável petista a prática de crimes.
Para tomar uma atitude, o Tribunal precisa ser provocado, ou pelas campanhas, ou pelo Ministério Público. Na maioria das vezes, a sentença é dada no mesmo dia. Acontece que, entre a decisão judicial e a retirada do conteúdo pela plataforma, tem-se um prazo de 24 horas, e é justamente nesse intervalo que se tem a disseminação em massa da fake news.