Dos atuais 39 coordenadores regionais da Fundação Nacional do Índio (Funai), 17 não tem qualquer vínculo com a causa indigenista, revelou levantamento feito pela Folha.
Na lista há um ex-assessor do senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL), um ex-vendedor de carros e militares que participaram das incursões do Exército no Haiti (2004-2014) e no Rio de Janeiro (2018).
As informações foram obtidas por meio de um pedido que a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) fez ao órgão, que a respondeu no dia 14 de setembro.
“O que chama muito a atenção é que a maioria dos nomeados não possui nem qualificação técnica e nem experiência para tratar da pauta indígena”, afirmou Melchionna.
O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) vem se notabilizando por escalar militares e policiais para ocupar cargos de confiança na Funai. Atualmente, são 16 militares em postos de comando. O número já chegou a 22.
As coordenações regionais se dedicam a administrar o trabalho de campo feito pelos indigenistas do órgão e responde diretamente ao presidente Marcelo Xavier. Ele é acusado por organizações do setor de atuar contra os interesses dos povos originários e perseguir servidores.
Sob a gestão de Bolsonaro, não houve a demarcação de nenhuma nova terra indígena no país.