O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, determinou prazo de 48 horas para que o Ministério da Defesa apresente o resultado da auditoria das urnas eletrônicas.
O ministro atendeu a um pedido do partido Rede, que questionava a intenção de Jair Bolsonaro (PL) de financiar com recursos públicos a fiscalização paralela feita pelos militares.
Na decisão, Moraes afirma que a auditoria parece “demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral manifestada pelo Chefe do Executivo, podendo caracterizar, em tese, desvio de finalidade e abuso de poder”.
Sob supervisão do TSE, as Forças Armadas examinaram um conjunto de ao menos 385 boletins de urna e a efetividade do uso da biometria em 58 aparelhos.
Setores da sociedade vinham cobrando o resultado da avaliação desde o fim do 1º turno. De início, os militares alegaram que o trabalho ainda não tinha sido concluído, e logo em seguida passaram a dizer que não havia um cronograma determinado para dar publicidade aos dados, e de que estes e eventuais sugestões seriam apresentados diretamente à corte eleitoral.
A coluna da Malu Gaspar, no Globo, apurou que Bolsonaro vetou a divulgação do relatório, e de que nenhuma regularidade foi encontrada. O atual mandatário argumentou com os militares que as conclusões eram parciais e que precisariam contemplar a análise do 2º turno.
Na semana passada, o Tribunal de Contas da União (TCU) deu 15 dias para que a Defesa se manifestasse sobre o assunto.
Sem jamais apresentar qualquer tipo de prova, Bolsonaro e seus apoiadores têm reiteradamente levantado dúvidas sobre a integridade processo eleitoral brasileiro.