Após o cantor Seu Jorge sofrer ataques racistas durante um show no clube Grêmio Náutico União, em Porto Alegre (RS), na última sexta-feira (14), um áudio em que o presidente do clube José Kolberg Bing acusa o cantor de descumprir as condições do contrato e fumar maconha no palco foi divulgado nas redes sociais.
Bing também afirma na gravação que as acusações de racismo são apenas coisas da “esquerda que quis criar um incidente”.
“Eu tô bastante chocado com o que está sando na mídia, a gente vê claramente que a esquerda quis criar um incidente com relação a esse show. Fiquei chocado com o jeito que o nosso artista, um artista supercompetente, a maneira como ele chegou, porque o material de divulgação que nos forneceram era o Seu Jorge com um terno, uma roupa bem aprazível. Ele chegou com aquele moletom não sei por quê, meio que dissociado ao clima do evento”, diz o empresário no áudio vazado.
Ele ainda falou sobre a possibilidade de ter acontecido alguma apologia à esquerda, ao julgar que o cantor teria feito um “L” em referência ao ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O presidente do clube diz que o público se sentiu ofendido pelo “gesto político” do cantor e afirma que ele estava fumando “uma outra substância” que não era cigarro no palco. “Foi uma falta de decoro dele com o público, da maneira como ele veio trajado que não era adequado para um artista e, depois disso, fumado no palco, e me disseram que era uma outra substância”, insinua.
“No contrato que eu fiz com a produtora e com ele ficou bem claro que era vedada qualquer apologia politica durante o show”, disse. “E me parece que, depois, ele fez um sinal político ali, de um “L”, que até está fotografado, documentado. Mas eu preciso ter o contexto disso pra ver de fato quem teria começado”.
Ainda no áudio, Bing diz que as mensagens recebidas em seu WhatsApp sobre o caso foram enviadas por “pessoas medíocres”.
“Pessoas maiores estão querendo tirar um aproveitamento político do episódio, a maneira como eles retratam, o União e a nós como 100% brancos”. “Nós escolhemos um artista negro, já mostra por aí que não tem preconceito nenhum”, continuou.
Por meio de um vídeo intitulado “Meu Rio Grande do Sul”, compartilhado nas redes sociais, o artista comentou sobre a situação desagradável e falou um pouco sobre os laços com o estado. Aproveitou também para agradecer o apoio de fãs e amigos após o ocorrido.
Ouça um trecho da entrevista: