O grupo alimentação e bebidas acumula inflação de 9,54% no ano, apontam os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial de preços do país. É a maior alta para os nove primeiros meses do ano (de janeiro a setembro) desde a implementação do Plano Real, há 28 anos.
O melão foi o alimento que mais subiu: 74,37%. A cebola (63,68%) e o leite longa vida (50,73) aparecem em seguida.
Tomando como referência apenas o mês de setembro, houve, no entanto, um recuo de 0,51% no IPCA desse grupo econômico. A queda foi puxada pelo leite longa vida, cujo preço havia disparado em meses anteriores. Houve desaceleração da inflação acumulada no ano, indo de 13,43% para 11,71%.
Economistas avaliam que os alimentos tenderão a ficar mais caros até dezembro, mas a alta não deve superar o que se viu no começo do ano. A possibilidade de deflação para esse grupo é pequena.
A economia tem sido um empecilho importante para a tentativa de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). A alta dos alimentos atinge especialmente famílias de baixa renda, que comprometem boa parte de seu orçamento com alimentação e bebidas. Com o Auxílio Brasil de R$ 600 fornecido pelo governo é possível comprar uma cesta básica em apenas cinco das 17 capitais do país.