Por Ricardo Leopoldo
O candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua o favorito para vencer as eleições presidenciais no dia 30 de outubro, especialmente porque a renda real líquida dos brasileiros ainda está inferior ao registrado antes da pandemia, comentou ao Broadcast Político Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas do Eurasia Group. Segundo ele, Lula tem 65% de chances de vencer a eleição, embora exista um viés de baixa, pois o segundo turno tem uma disputa mais apertada.
“Lula pode ganhar sobretudo se mantiver sua estratégia de campanha: rebater os ataques do candidato Jair Bolsonaro (PL) e continuar mostrando que a economia quando foi presidente estava em condições bem melhores do que hoje”, apontou. “Lula pode continuar a ressaltar que os bons tempos poderão voltar para a população, especialmente com o povo podendo comprar picanha para fazer um churrasco no fim de semana.”
Para o diretor da Eurasia, o tema mais importante para os eleitores é bem estar econômico e social, o que não favorece Bolsonaro. “Muitos cidadãos têm uma percepção de que o poder de compra continua estagnado devido ao desempenho do nível de atividade”, apontou. Contudo, ele destacou que as intenções de voto do candidato do PL melhoraram recentemente com a liberação de recursos federais para uma parcela dos cidadãos pelo Auxílio Brasil.
Em relação às últimas pesquisas para as eleições ao segundo turno, Garman não avalia que houve uma mudança expressiva recentemente, pois “a média da diferença pró-Lula estava em 4,2% na semana passada e hoje encontra-se em 3,9%.”
De acordo com o diretor do Eurasia, Bolsonaro terá uma tarefa difícil para vencer as eleições, pois precisará conquistar 2,5 milhões de votos, a fim de tirar a vantagem de 5 milhões de votos de Lula. “É possível que ocorra, sobretudo conquistando uma parcela dos votos indecisos e se houver uma elevada abstenção dos eleitores do candidato do PT.”
Garman apontou que a saída do ex-governador João Dória do PSDB é um fato natural que não causou surpresas. “Trata-se de um partido em crise, que tem uma parte que apoia Bolsonaro e outra que está ao lado de Lula. E a dimensão do PSDB na cena nacional diminuiu muito de tamanho.”