O Vaticano está preocupado com a situação política enfrentada no Brasil. A Secretaria de Estado está acompanhando os acontecimentos em relação às eleições brasileiras, que está em estado de alerta muito antes desse pleito, segundo o UOL.
De acordo com a reportagem, um integrante do alto escalão da Cúria Romana confirmou que, atualmente, há dificuldade de comunicação com o governo brasileiro e que as relações com o Brasil ruíram. Portanto, independentemente de quem vença as eleições, o foco será diminuir as distâncias.
As estranhezas se tornaram mais evidentes após o Sínodo da Amazônia, de 2019. O próprio presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu, na época, que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorava de perto a assembleia eclesial, alegando “ameaças à soberania nacional” por parte do Vaticano.
Mesmo assim, o Vaticano não abriu mão de seus princípios, condenando a degradação do meio ambiente no território e os constantes ataques às comunidades indígenas.
Bolsonaro, ao contrário de outros presidentes católicos de todo o mundo, nunca visitou o papa. Quando esteve em Roma, em 2021, disse que “problemas com a agenda” o impediram de marcar um colóquio com o pontífice. O presidente também não foi à canonização de Irmã Dulce, a primeira santa brasileira, em 2019, enviando o vice-presidente Hamilton Mourão no seu lugar. Na época, a suspeita era de que Bolsonaro não queria se indispor com os evangélicos.
Os últimos meses foram marcados por visitas dos bispos do Brasil ao Papa Francisco. Como a Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) é a maior agremiação de prelados do mundo, os encontros aconteceram ao longo do ano. Foram eles que, nos últimos meses, colocaram Francisco a par das dificuldades enfrentadas pelas autoridades da Igreja em meio ao cenário político que vive o país.
Nas audiências, os bispos chegaram a dizer, inclusive, que temem pelo rompimento da ordem democrática no Brasil. Os temas que mais deixam os diplomatas do Vaticano em estado de apreensão em relação ao Brasil são: a tentativa de desacreditar as urnas eletrônicas, a constante intimidação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a politização das Forças Armadas e a existência de uma “desastrosa política ambiental”, como definem alguns especialistas, funcionários da instituição.
Além disso, no Vaticano há o entendimento de que os evangélicos tendem a votar em Bolsonaro e os católicos, em sua maioria, preferem Lula.
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