MPT processa frigoríficos por coagir funcionários a votar em Bolsonaro com promessa de pernil

Atualizado em 25 de outubro de 2022 às 16:19
Funcionários de frigorífico vestindo camisas verde e amarela
Foto: Reprodução

O Ministério Público do Trabalho (MPT) processou dois frigoríficos por assédio eleitoral contra cerca de 500 funcionários. O caso aconteceu na segunda-feira (24), em Betim, Minas Gerais,. Um dos estabelecimentos prometeu pernil aos funcionários que votassem no presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições, segundo o portal Metrópoles.

A Procuradoria Regional do Trabalho da 3ª Região (PRT-3) apresentou ação civil pública com pedido de liminar para que o Frigobert Frigorífico e o Frigorífico Serradão se retratem com os funcionários, explicando que eles têm o direito de votarem em quem preferirem.

Vídeos mostram os funcionários do Frigobert Frigorífico com camisetas verde e amarela, com o número do candidato à reeleição. A empresa tem 446 empregados, segundo a ação do MPT.

Segundo a denúncia enviada ao MPT, os proprietários do estabelecimento distribuíram as camisetas e pediram aos empregados para votarem em Bolsonaro. Eles teriam solicitado também que os funcionários levassem uma comprovação do voto, na segunda-feira (31), para ganhar um pernil.

Já no Frigorífico Serradão, que fica no mesmo endereço da outra empresa e tem os mesmos sócios, os empregados foram obrigados a vestir camiseta verde-amarela e a ouvir uma palestra com pedido expresso de voto em Bolsonaro, sob ameaça de demissão, conforme denúncia enviada ao MPT. O frigorífico tem 120 funcionários.

Ao Metrópoles, a procuradora do Trabalho Priscila Boaroto disse que o MPT enviou uma recomendação aos estabelecimentos, mas não recebeu retorno. Além da liminar para que os frigoríficos se retratem, a instituição pediu à Justiça que condene as empresas a pagar indenização por danos morais coletivos de R$ 2 milhões e indenização individual de R$ 2 mil.

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