O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) intensificaram as preparações para o debate da Globo, o último antes do dia da votação do segundo turno.
O petista, a partir desta quarta-feira, vai ter foco central em encontrar uma resposta adequada para os questionamentos de seu adversário sobre corrupção. Assim como no debate da Band, no dia 16, ele terá o auxílio da jornalista Olga Curado, preparadora de candidatos famosa ao misturar princípios do aikido (arte marcial japonesa), psicologia Gestalt, budismo e meditação, segundo o jornal O Globo.
De acordo com o jornalista Lauro Jardim, Bolsonaro não aceitava ser treinado para debates, como foi no único debate do qual participou em 2018 e nos do primeiro turno desta eleição, mas topou treinar algumas posturas e gestuais para o evento da Band e está repetindo a dose para o da Globo.
Olga ajudará Lula no treinamento junto com o marqueteiro Sidônio Palmeira, os coordenadores de comunicação da campanha, Edinho Silva e Rui Falcão, e o ex-ministro da Comunicação Social Franklin Martins.
Na tarde de ontem, a consultora e Franklin já estiveram na produtora em São Paulo onde Lula grava a propaganda eleitoral para uma primeira reunião sobre a preparação para o debate. Ela já havia auxiliado o petista na eleição de 2006. Na ocasião, ela deu uma chave de braço e tentou enforcar o então presidente da República no treino.
A campanha do petista avalia que Lula tem tido dificuldade ao falar sobre corrupção. Isso foi visto no debate da Band. Pelo que havia sido acertado, o ex-presidente deveria terminar suas intervenções sempre com um questionamento a Bolsonaro como uma forma de intimidar o adversário.
Episódios dos últimos dias protagonizados por Bolsonaro e aliados devem ser alvo de ofensiva de Lula no debate, como o caso do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que atirou contra policiais federais, como também o episódio em que o atual presidente disse que “pintou um clima” com meninas venezuelanas.
As propostas em estudo no Ministério da Economia de acabar com a indexação do salário mínimo à inflação e de extinguir as deduções de despesas de saúde e educação no imposto de renda também devem ser usadas por Lula no debate.