Novo suspende filiação e pede expulsão de João Amoêdo

Atualizado em 27 de outubro de 2022 às 19:45
Ex-presidente do partido Novo, João Amoêdo. Foto: Reprodução

Após a Comissão de Ética Partidária do Novo suspender a filiação e pedir a expulsão de João Amoêdo nesta quinta-feira (27), o ex-presidente do partido disse através do seu perfil no Twitter, ter recebido com “surpresa e indignação” a suspensão do partido. A sigla suspendeu Amoêdo após ele ter declarado voto no ex-presidente e candidato Lula (PT) no segundo turno da eleição presidencial. 

Leia na íntegra a declaração de Amoêdo:

Recebi com surpresa e indignação a suspensão da minha filiação ao NOVO e o pedido para minha expulsão do partido por ter declarado o voto em Lula no segundo turno.

A Comissão de Ética Partidária, por 4 votos a 3, aprovou a suspensão e me concedeu 10 dias para apresentar a defesa no processo de expulsão.

Três dos quatro membros que votaram pela minha suspensão foram incorporados à Comissão de Ética nas duas últimas semanas.

Todos os mandatários que assinaram o pedido de suspensão e a expulsão declararam voto em Bolsonaro no segundo turno, e um deles é coordenador estadual de campanha do presidente.

O pedido dos mandatários solicitava que a suspensão fosse efetivada antes do pleito de domingo.

O NOVO, ao final do primeiro turno, mencionou em nota que não iria se posicionar nessas eleições e que os filiados eram livres para votarem de acordo com a sua consciência.

O partido tem uma Diretriz Partidária, em vigor, que coloca a instituição como oposição ao governo Bolsonaro nas eleições de 2022.

Desde março de 2020, quando renunciei à Presidência do NOVO, não exerço qualquer cargo no partido, sendo apenas filiado. Faço questão de frisar, em todas as entrevistas e declarações, que minha opinião não representa o pensamento oficial do partido.

Após a minha declaração de voto, sofri ataques do partido, de alguns mandatários e do presidente da instituição.

Esses são os fatos.

Difícil, portanto, não concluir que as manifestações públicas do partido quanto ao meu posicionamento, a elaboração da denúncia por aliados do presidente Bolsonaro, a nomeação dos novos integrantes para a CEP e o pedido para uma definição imediata antes de domingo não seja um movimento arquitetado para constranger outros filiados do NOVO a não declararem os seus votos e para garantir a minha expulsão, em um processo autoritário que remete à atuação de Bolsonaro.

Apresentarei a minha defesa no Comitê de Ética do partido e tomarei as medidas jurídicas adequadas para garantir o meu direito, e de todos os filiados, de se manifestarem de acordo com a legislação brasileira e as regras internas do NOVO.

Esse é o ambiente que espero para o NOVO e para o País.

Por isso, reafirmo meu voto em Lula no próximo domingo.

Confira os tweets:

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