VÍDEO: Empresário bolsonarista de SC sugere que trabalhadores que não votam em Bolsonaro saiam do país

Atualizado em 29 de outubro de 2022 às 22:17
O bolsonarista Alcino Pasqualotto Neto administra construtora da família.
O bolsonarista Alcino Pasqualotto Neto administra construtora da família.

O empresário bolsonarista Alcino Pasqualotto Neto, herdeiro de uma empresa de construção civil que tem empreendimentos no litoral norte de Santa Catarina, pediu, em vídeo, que trabalhadores que votam em Lula arrumem emprego em Cuba ou Venezuela.

“Eu te dou a passagem para você ir embora e pago seis meses da sua estadia nesses dois países”, afirmou o empresário. A gravação foi publicada nas redes sociais, mas está sendo compartilhada inclusive em grupos de WhatsApp dos trabalhadores da construtora, o que pode configurar o crime de assédio eleitoral, quando patrões tentam induzir o voto de seus funcionários.

“Tenho ouvido falar algo que vem chateando bastante os brasileiros de bem. (…) Se você é do setor da construção civil e sustenta alguém através do seu trabalho para pessoas de bem, que têm família, e você não se sente bem, eu deixo aqui um recado pra você. Se você arranjar emprego na Venezuela, em Cuba, eu te dou a passagem pra você ir embora e pago seis meses da sua moradia nesses lugares, para você ir embora do país e viver dentro do regime que você tanto quer. Se você quer acabar com a sua vida, não acabe com a vida dos brasileiros”, diz o homem que administra a empresa da família. Assista ao vídeo no final da página.

Em outra filmagem, que também está rodando os grupos de peões da empresa, Alcino Pasqualotto Neto pede que “petistas fiquem em casa” no final de semana das eleições, com o objetivo de fazer com que as pessoas não votem no segundo turno.

“Olá, aqui é o Alcino Pasqualotto e esse é o meu recado aos petistas. Pessoal, esse final de semana, fiquem em casa”, diz. Em seguida, o bolsonarista reproduz o discurso negacionista da pandemia: “Vamos relembrar aqueles momentos do Covid em que as pessoas não queriam trabalhar. Elas queriam ficar recebendo em casa sem nada pra fazer. Não tem nada importante para vocês fazerem nesse final de semana”. Sem pé nem cabeça, completa: “Exerçam o regime que vocês tanto gostam, o comunismo, o socialismo”.

Até sexta-feira passada (21), Santa Catarina já tinha mais de 54 episódios de assédio eleitoral acionados pela Procuradoria em recomendações ou Termos de Ajustamento de Conduta (TACs). A região Sul é a que concentra o maior número de denúncias: 103 das 197 de todo o Brasil. O Ministério Público do Trabalho (MPT-SC) afirma que está reforçando as recomendações para que os procuradores coíbam esse tipo de comportamento por parte de empresários. É sempre importante lembrar que o voto é livre e totalmente secreto.