Por Milton Blay
O Brasil transformou-se no laboratório da extrema-direita mundial, no centro do combate ao globalismo.
Segundo Boaventura de Sousa Santos, diretor emérito do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, em artigo publicado dia 1º de novembro no jornal Público, de Lisboa, “informações fidedignas dão-nos conta de que as empresas de desinformação e de manipulação eleitoral ligadas ao notório fascista Steve Bannon estiveram instaladas em dois andares de uma das principais ruas de São Paulo, de onde dirigiram as operações da campanha de Bolsonaro.”
Ficou evidente, nessas eleições, a internacionalização do ataque à democracia brasileira, por meio de organizações fascistas globais originárias e financiadas por um lado pela plutocracia norte-americana pró-Trump, de outro por Moscou, que se tornou o maior apoiador da extrema-direita europeia.
Os próximos objetivos eleitorais serão as eleições legislativas norte-americanas, dentro de alguns dias, e a presidencial de 2024, tendo como principal candidato Donald Trump. O mesmo Trump que recentemente, ao enviar uma mensagem aos brasileiros, considerou Jair Bolsonaro um dos maiores líderes mundiais.
No Brasil, de acordo com Boaventura, a extrema-direita mundial já se prepara para a próxima etapa, visando a nova fase do golpe continuado, que teve seu início no impeachment de Dilma Roussef. “Será, provavelmente, a contestação dos resultados; e depois, a utilização do crime organizado e do poder legislativo para intimidar e criar instabilidade, com ameaça, a médio prazo, de impeachment de Lula”.