Nesta quarta-feira (2), o enviado presidencial especial para o clima dos Estados Unidos, John Kerry, destacou em uma coletiva de imprensa que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou interesse e comprometimento com a preservação da Amazônia desde seus governos anteriores, ao contrário da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), que contribuiu para a alta do desmatamento.
Em Washington, Kerry afirmou que confia que o novo presidente fará o que for necessário para salvar a Amazônia. O enviado ainda destacou que Lula está “comprometido” com o clima, algo que ele demonstrou com políticas durante o seu governo, entre 2003 e 2011.
O americano disse estar ciente das preocupações econômicas em todo o mundo, incluindo o Brasil. Em sua perspectiva, muitos dos habitantes da Amazônia dependem do gado e da extração de madeira para sobreviver. “Nós no resto do mundo temos que reconhecer que se quisermos valorizar essa floresta, vamos ter que ajuda-los a preservá-la”, declarou.
As declarações foram feitas às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022, a COP27, no Egito. A Conferência do Clima da ONU começará neste domingo (6), e a compensação dos países que sofreram com os impactos do aquecimento global deverá ser um dos principais assuntos no evento.
Com os resultados das eleições do Brasil, o presidente do Egito, Abdel Fatah al-Sissi, convidou Lula para participar do evento, que reunirá mais de 90 chefes de Estado. Entre os participantes deverão estar os presidentes Joe Biden e Emmanuel Macron, da França.
A conferência que começará neste domingo irá acontecer até o dia 18 de novembro, e teve a presença de Lula confirmada por Gleisi Hoffmann (PT), presidente do PT.
Em seu discurso de vitória da disputa presidencial, Lula prometeu a trabalhar pelo desmatamento zero.
“Agora espero que possamos aperfeiçoar esse programa e avançar ainda mais rápido nas reformas necessárias para tentar salvar a Amazônia”, disse.
“Sob o governo de Bolsonaro, infelizmente, o nível de desmatamento aumentou na Amazônia e alcançou os níveis altos e perigosos atuais”, lembrou. Segundo o UOL, nos últimos quatro anos, o período do mandato de Bolsonaro, o desmatamento na Amazônia aumentou mais de 70%.
O responsável pelas políticas ambientais do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ainda informou que o governo americano criou uma organização com várias agências federais para discutirem a questão do desmatamento. Ele também apontou que a capital dos EUA, Washington, está pronta para conversar a compensação das “perdas e danos” sofridos desproporcionalmente pelos países pobres como resultado da crise climática.
Veja o vídeo:
???? Enviado especial dos EUA para o Clima, John Kerry diz que o país quer trabalhar com Lula para avançar “mais rapidamente” nas reformas “para salvar a Amazônia”:
“Sob Bolsonaro, o nível de desmatamento aumentou na Amazônia e está em níveis alarmantes”. pic.twitter.com/k40b50HNYk
— Eixo Político (@eixopolitico) November 3, 2022