Os bloqueios golpistas nas estradas podem ter provocado perdas de quase R$ 2 bilhões por dia em negociações comerciais, estima a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Os prejuízos são sentidos em vários estados.
Em Porto Alegre, por exemplo, a Ceasa não conseguiu receber cerca de 90% das cargas vindas de outros estados. Já em Santa Catarina, produtores rurais foram obrigados a descartar 18 toneladas de mandioquinha.
Além da diminuição na oferta de alimentos, os atos golpistas nas rodovias impedem o reabastecimento de postos de gasolina. Na cidade de Ji-Paraná, em Rondônia, falta estoque de combustível na maioria dos postos da cidade.
Dificuldades também foram criadas para o setor de aviação. Passageiros e funcionários das companhias aéreas não conseguiram chegar aos aeroportos, o que provocou atraso e cancelamento de voos. Em Guarulhos, durante a primeira noite de protesto, cerca de 500 passageiros e diversas tripulações perderam suas viagens.
A última atualização da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na noite desta quinta-feira (3), mostra que não há mais rodovias totalmente bloqueadas, apenas pontos parciais de interdição em estados como Mato Grosso, Pará e Rondônia.
Os protestos persistem mesmo após o presidente Jair Bolsonaro (PL) gravar um vídeo em que pede a seus apoiadores que liberem as rodovias. Ele chamou a ação de ilegítima.
“Quero fazer um apelo a você. Desobstrua as rodovias. Isso aí não faz parte, no meu entender, dessas manifestações legítimas. Não vamos perder nós, aqui, essa nossa legitimidade”, afirmou o mandatário em vídeo publicado em suas redes sociais na quarta-feira (2).