O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou, neste sábado (5), que a deputada federal reeleita Carla Zambelli (PL-SP) preste depoimento sobre o caso de perseguição armada a um homem negro nas ruas de São Paulo às vésperas do segundo turno das eleições.
Mendes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que iniciou uma apuração preliminar. Superada essa etapa, a PGR pode decidir pela abertura de investigação.
Antes, o Ministério Público havia sido convocado a se manifestar pelo STF, que atendeu a um pedido de investigação feito pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
Gilmar afirmou que porte ilegal e disparo de arma de fogo devem ser apurados. A investigação corre no STF por conta da perseguição armada ter ocorrido “no exercício do atual mandato de parlamentar federal e em razão de discussões políticas relativas às eleições e ao posicionamento político-partidário da Deputada Federal”. A decisão também aponta a necessidade de dar celeridade à apuração.
O fato da deputada estar nos Estados Unidos não impede que o depoimento seja colhido. “Caberá à PGR e à Deputada Federal adotar os meios processuais e as soluções tecnológicas cabíveis para a colheita do depoimento, sob pena de revelia e de prosseguimento das apurações independentemente dos esclarecimentos a serem prestados pela parlamentar”, afirmou o ministro.
No último sábado (29), Carla Zambelli sacou uma arma no meio da rua e perseguiu um homem negro em São Paulo. Em vídeo publicado nas redes, é possível ver um homem fugindo para dentro de um bar e logo depois a deputada vindo atrás com uma pistola apontada para ele. Após a repercussão do caso, a bolsonarista justificou a ação violenta dizendo que “militantes de Lula” a “cercaram e agrediram quando saía do restaurante”.
URGENTE! Carla Zambelli saca arma e aponta no meio da rua para pessoa na rua. Incidente ocorreu agora na travessa da Joaquim Eugênio Lima com a Lorena. Divulguem pic.twitter.com/NC1FQUnaE8
— Antonio Neto (@antonionetopdt) October 29, 2022