Bolsonaro é campeão de doações na eleição com R$ 90 milhões recebidos

Atualizado em 6 de novembro de 2022 às 17:55
Presidente Jair Bolsonaro (PL) durante debate da Globo
Foto: Reprodução

Jair Bolsonaro (PL) foi o maior beneficiário do financiamento privado das eleições deste ano. O presidente declarou à Justiça ter recebido quase R$ 90 milhões, o que representa 7% de todas as doações da eleição e 82% de toda a receita informada pela campanha dele, segundo informações da Folha de S.Paulo.

Desde 2015, o financiamento empresarial aos candidatos está proibido, mas doações como pessoa física, de empresários e executivos, podem ser feitas.

O maior doador de campanha de 2022 é o empresário Rubens Ometto, presidente do conselho de administração da Cosan, que já havia sido o maior doador também em 2018. O valor repassado pelo empresário nas duas eleições é parecido, R$ 7,4 milhões em 2022 e R$ 7,5 milhões em 2018.

Ometto doou recursos a candidatos de vários partidos, incluindo o PT, mas os valores mais expressivos foram para políticos de centro e de direita que integram o arco de alianças de Bolsonaro. O valor mais alto foi para o Republicanos.

Bolsonaro recebeu R$ 1 milhão do empresário através de doação para o diretório do PP na Paraíba, que repassou o dinheiro para a campanha do candidato à reeleição.

Conforme a lei, pessoas físicas podem doar até 10% dos rendimentos brutos que obtiveram no ano anterior à eleição aos concorrentes dos partidos, permitindo pessoas com altos ganhos direcionarem valores consideráveis para as campanhas.

O segundo maior doador individual foi Frederico Gerdau Johannpeter, da família que controla a Gerdau, com R$ 6,9 milhões. Ele também direcionou a maior parte do dinheiro para candidatos do arco de alianças de Bolsonaro.

Em terceiro lugar fica Alexandre Grendene Bartelle, da calçadista Grendene, que doou R$ 6,3 milhões. Seu irmão Pedro Grendene Bartelle é o quinto colocado, com R$ 6 milhões. Os irmãos doaram, cada um, R$ 1 milhão para Bolsonaro.

O quarto lugar é de José Salim Mattar Junior, que fundou a Localiza, empresa de aluguel de carros, e chegou a atuar no governo Bolsonaro como secretário de Desestatização. Ele doou ao presidente R$ 1,8 milhão. Em 2018, Salim Mattar foi o quarto maior doador individual em campanhas políticas, com R$ 2,9 milhões. Neste ano, foram R$ 6,1 milhões.

O sexto colocado é o advogado, investidor e pastor evangélico Fabiano Campos Zetteluma, uma novidade nas listas de maiores doadores, com R$ 5 milhões. Ele é o maior doador individual de Bolsonaro, com R$ 3 milhões.

Também fazem parte da lista, com doações a candidatos variados, o empresário do setor de segurança Washington Cinel, com R$ 3,6 milhões, Pedro Bueno, CEO da Dasa, com R$ 2,9 milhões, Orlando Bagattoli, empresário do setor agropecuário em Roraima, com R$ 2,9 milhões, e Candido Bracher, ex-presidente do Itaú e colunista da Folha, com R$ 2,7 milhões.

No total, Bolsonaro declarou receitas de R$ 108,2 milhões, dos quais R$ 88,2 milhões são de doações de pessoas físicas, R$ 14,7 milhões do fundo partidário e R$ 2 milhões do fundo eleitoral do PL. O atual presidente informou que gastou R$ 64,3 milhões.

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