Produtores de soja e federação rural do MS apoiam atos golpistas em favor de Bolsonaro

Atualizado em 7 de novembro de 2022 às 23:03
Manifestantes bolsonaristas queimam pneus travando rodovia em Santa Catarina. Foto: PRF

Publicado originalmente no “Brasil de Fato”

A Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja) e a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) paralisaram suas atividades nesta segunda-feira (7) em adesão a uma suposta “greve geral” convocada por bolsonaristas que não aceitam o resultado da eleição.

As duas entidades, que representam produtores rurais do Estado que é o quinto maior produtor de grãos do país, anunciaram em suas redes sociais que não atenderiam ao público e seus associados “em apoio às manifestações pacíficas e ordeiras que estão ocorrendo em todo o Brasil”.

As manifestações citadas são na verdade atos golpistas, que pregam uma intervenção militar ilegal para evitar que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tome posse no dia 1º de janeiro. Elas começaram ainda no dia da eleição, logo após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proclamar a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas.

Ainda no domingo da eleição, manifestantes fecharam rodovias em Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os protestos, ainda que pulverizados, evoluíram e foram registrados em 1.023 pontos do país, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Nesta segunda-feira, também segundo a PRF, só um protesto bloqueava parcialmente o tráfego numa rodovia federal na manhã desta segunda-feira. Ele ocorreu em Santarém (PA).

Também nesta segunda, manifestantes bolsonaristas convocaram uma greve geral, a qual pretendia fechar indústria, transporte e comércio. A greve não teve grande adesão mesmo em redutos bolsonaristas como o Mato Grosso do Sul.

Empresas ligadas ao setor agropecuário, ligadas à Famasul e a Aprosoja, foram as que não deram expediente. Cabe destacar que um movimento de paralisação puxado por patrões não pode ser chamado de greve: se for esse o caso, trata-se de um lockout, proibido pela legislação brasileira.

O Brasil de Fato procurou a Famasul e a Aprosoja nesta tarde para que elas pudessem comentar seu apoio aos atos golpistas. Ninguém das entidades se pronunciou.

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