Ministros do STF foram alvos de uma emboscada de bolsonaristas em Nova York no fim de semana.
Seis integrantes da corte participam da Lide Brazil Conference, dias 14 e 15 de novembro, evento organizado por João Doria com a presença de autoridades e empresários. A pretensão é discutir “o respeito à liberdade e à demoracia”. Emblemático.
As palestras, bem como o hotel onde se hospedam, foram divulgadas nas redes de extremistas como uma convocação. Um dos radicais que fizeram isso foi Fabrizio Fasano Jr., herdeiro do grupo Fasano, que reúne restaurantes de luxo em São Paulo, e ex-apresentador de programa de culinária.
Arruaceiros estão montando campana e causando tumulto, se aproveitando do esquema de segurança precário — falha óbvia de Doria.
Nas imagens divulgadas nas redes, eles xingam e ameaçam os magistrados quando eles saem pela porta principal para entrar em uma van, estacionada em frente.
“O que é seu está guardado”, berra um sujeito para Gilmar Mendes, entre outros impropérios.
Segurando cartazes pedindo “SOS Forças Armadas” e fantasiados com as cores do Brasil, a choldra gritava: “Ei, Xandão, seu lugar é na prisão”.
Moraes foi atacado no hotel, chamado de “cabeça de ovo”, “filho da puta” e “bandido” e posteriormente seguido por um sujeito e sua filha até um bistrô, onde o homem entrou e filmou-o. Do lado de fora, se vangloriava do feito com os amigos, dizendo que chamou a polícia porque sua filha teria sido agredida por Moraes.
Na véspera, na Times Square, Luís Roberto Barroso fora abordado por uma mulher. Ela o questionou se estava tudo bem e ouviu de volta que ele estava “feliz pelo Brasil”.
“Ah, tá bom. Nós vamos ganhar essa luta. O senhor está entendendo? Que a gente vai ganhar essa luta. Cuidado. O povo brasileiro é maior do que a nossa Suprema Corte”, retorquiu ela, irritada.
“Não seja grosseira. Tchau, minha senhora. Passar bem”, diz Barroso, antes de se refugiar numa loja de suvenires.