Quem foi José Aparecido Bilha, o padre encontrado morto no PR

Atualizado em 22 de novembro de 2022 às 9:18
O padre José Aparecido Bilha (63) foi encontrado morto nesta segunda (21). Foto: Reprodução/Diocese de Toledo

O padre José Aparecido Bilha (63) foi encontrado morto nesta segunda (21) dentro da Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Guaíra, no Oeste do Paraná, com um corte na garganta.

Em 2022, o religioso passou a defender Lula e sua candidatura em espaços da Igreja no Paraná. O padre foi criticado por paroquianos de direita do estado e vinha sofrendo pressão política após o apoio ao petista.

Nas eleições de 30 de outubro, Jair Bolsonaro foi o candidato mais votado naquela cidade, com 13.046 votos (62,69% do total) no segundo turno, contra os 7.765 (37,31%) do candidato petista.

O padre, que completava neste ano 28 anos de sacerdócio, nasceu em 1959 na cidade de Astorga e se transferiu para Assis Chateubriand com sua família em 1967. Estudou no Seminário São José de Cascavel em 1980 e seis anos depois cursou Filosofia em Toledo, integrando a comunidade formativa do Seminário Maria Mãe da Igreja.

Entre 1989 e 1990, José cursou os dois primeiros anos de Teologia no Studium Theologicum, sendo membro da comunidade formativa da Província de Cascavel. Nos anos seguintes, concluiu sua formação no Pio XII de Londrina.

Sua atuação sempre pautou-se pela discrição e pelo fato de agir internamente nas instituições da Igreja Católica, sobretudo na formação de novos religiosos e na condução de paróquias no interior do Paraná.

“O padre José Aparecido Bilha não era uma figura pública da igreja. Sempre foi discreto e agia internamente em setores do catolicismo”, diz Romero Venâncio, diz o teólogo e doutor em filosofia.

Bilha foi vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (1995-1996), assistente eclesiástico (1994-1996), administrador da Paróquia Nossa Senhora da Glória (1996-2000), reitor do Seminário São Cura D’Ars e Vice-Reitor do Propedêutico (2000-2001), pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima (2004) e reitor do Seminário Maria Mãe da Igreja (2003-2007).

O religioso cursou Síntese Teológica, em Bogotá, na Colômbia, entre 2002 e 2003. Quatro anos depois, foi nomeado o responsável pela Paróquia São Francisco de Assis em Assis Chateubriand, onde ficou até 2012. Nos três anos seguintes atuou na igreja de Santo Antônio em Formosa da Oeste. Em 2016 foi designado para voltar a acompanhar a formação seminarística junto ao Seminário São João Paulo II em Curitiba, onde ficou até o final de 2019. Desde então, vinha atuando na cidade onde morreu.

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