Ao que parece, a harmonia não reina na família Bolsonaro desde a derrota nas urnas.
Enquanto Eduardo Bolsonaro e Carlos Bolsonaro se alfinetam no Twitter, Michelle dorme sozinha para conceder o lugar a Carluxo, com quem também não se dá. Recentemente, o vereador chegou a excluí-la do Instagram do pai, até hoje por razões desconhecidas.
Eduardo não está lá muito preocupado: acompanhado da esposa, Heloísa, foi ao Catar assistir à Copa do Mundo. Carluxo não perdeu tempo e cutucou o mano:
“Estive com meu pai esses últimos dois dias. Inclusive, dormimos juntos, ou melhor, não dormimos. E digo que sei interpretar grande parte do seu comportamento. Obrigação de filho e amigo. Estarei sempre aqui”, escreveu no Telegram.
Com esse post – talvez o único inteligível de sua “carreira” –, Carluxo consegue matar dois coelhos com uma cajadada só: alfineta Eduardo quando diz “obrigação de filho e amigo”, e alfineta Micheque quando diz que dormiu com o pai dois dias porque, se ele dormiu com o pai, onde a esposa dormiu?
Deus me perdoe, mas bem feito pra quem disse que mulher é uma “ajudadora do marido.”
Quem é o ajudador agora, Michelle?
O desdém óbvio de Carluxo à esposa do pai não vem sozinho. O que parece ocorrer é uma tentativa de excluí-la de todo o processo pós-derrota, já que agora ela não serve mais.
Serviu na campanha para angariar um público feminino – estratégia que foi claramente um fracasso – e pra fazer meia dúzia de interpretação em libras.
Agora, é descartada como um chiclete mascado. Descartada como todas as ex-esposas de Bolsonaro o foram. Porque é assim que o clã Bolsonaro – inclusive seus seguidores – vê as mulheres.
O post de Carluxo demonstra isso abertamente: o papel secundário da mulher, sobretudo na vida política dos homens, é mais do que óbvio.
O governo que eu escolhi – eu e a maioria dos brasileiros – trata mulheres como seres humanos.
Ainda bem que, agora, são eles que não dormem.