Contrabando de mercúrio para garimpos na Amazônia deixa rombo de R$ 1,1 bilhão, diz PF

Atualizado em 3 de dezembro de 2022 às 22:06
Polícia Federal fez buscas em seis Estados. Imagem: Reprodução

A Polícia Federal (PF) suspeita que tenha começado há quase uma década o esquema de fraudes nos sistemas do Ibama para distribuir mercúrio contrabandeado a regiões de garimpo ilegal na Amazônia. O caso foi revelado na quinta-feira (01), na Operação Hermes (Hg), e o prejuízo aos cofres públicos está estimado em R$ 1,1 bilhão. A informação é do Estadão.

A prisão de 14 pessoas foi autorizada pela Justiça: cinco em regime preventivo (quando não há prazo determinado para a soltura) e as demais em caráter temporário (que tem duração inicial de cinco dias, com possibilidade de renovação ou conversão em prisão preventiva).

A juíza da 1.ª Vara Federal de Campinas, Raquel Coelho Dal Rio Silveira, também autorizou bloqueio dos bens dos investigados e que a Polícia Federal faça buscas em 49 endereços nos Estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Rondônia. Os mandados foram cumpridos em imóveis comerciais e residenciais, depósitos e áreas de mineração.

“De se observar que, ao longo dos anos, após sucessivas suspensões de empresas autorizadas à importação de mercúrio, o esquema criminoso se rearticula de maneira extremamente ágil. Ademais, não se perca de vista que se trata, a associação/organização criminosa, de crime permanente”, escreveu a juíza na decisão, obtida pelo Estadão, que autorizou a operação.

No garimpo, o mercúrio é utilizado pela capacidade de aderir ao ouro, o que facilita a separação do material precioso. Depois dessa seleção, o mercúrio é aquecido até evaporar. A maior parte vai para a atmosfera e, com as chuvas, chega aos rios. Por ser um metal altamente tóxico, pode comprometer a saúde de humanos e animais.

O Brasil não tem reservas naturais de mercúrio. Todo o material usado aqui é importado. O Ibama tenha um protocolo legal para importação, no entanto, existem rotas clandestinas, sobretudo na fronteira com a Bolívia.

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