Na tarde desta terça-feira (6), a bancada do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, terá uma reunião para definir o que será do partido na Casa a partir de 2023, quando o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumir a Presidência da República. A sigla chefiada pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto (PL) está passando por um momento difícil e terá que lidar com uma disputa interna por cargos de poder no Legislativo.
Os integrantes da ala radical do partido, identificada, em especial, com as pautas ideológicas de Bolsonaro, estão brigando para avançar sobre as posições que, hoje, são ocupadas por integrantes de uma ala um pouco mais moderada da legenda.
Com a decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, sobre o bloqueio de fundos dos partidos após a investida golpista patrocinada por Costa Neto, os partidos Progressistas e Republicanos, que eram da coligação de Bolsonaro, pularam do barco e não deverão ajudar novamente o PL.
No entanto, mesmo sem apoio dos outros partidos, Valdemar informou que não existe a menor possibilidade de o presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Arthur Lira (PP), negar apoio ao PL, principalmente, com a indicação à presidência do Senado, porque existe um acordo firmado entre eles.
Segundo o jornalista Robson Bonin, da Veja, por outro lado, com a derrota de Bolsonaro, alguns parlamentares do PL adorariam apoiar o novo governo de Lula. No entanto, existem outros que, como já se sabe, deverão lutar com todas as forças para manter o partido na oposição.
O presidente do PL esperava que Bolsonaro promovesse para o papel de líder da oposição, durante o jantar organizado pelo partido para as bancadas da Câmara e do Senado, na noite da última terça-feira (29).
O principal objetivo do encontro foi apresentar os antigos parlamentares aos novos, que ingressarão no Congresso a partir de fevereiro do ano que vem, e começarem a pautar o rumo do partido.
Porém, ao contrário do que esperava, a frieza e o desinteresse de Bolsonaro, que pouco falou no evento, tomaram conta da mesa e frustrou Valdemar. O ex-deputado questiona a capacidade de Bolsonaro liderar a oposição.
Segundo aliados de Costa Neto, a deputada federal reeleita Bia Kicis (PL) solicitou ao presidente do PL que continuasse no comando da Centro Cultura da Juventude (CCJ). Já a deputada Carla Zambelli (PL), uma das maiores puxa-sacos de Bolsonaro, mostrou interesse em ser líder da bancada.
Zambelli fez o pedido para Valdemar sem peso na consciência, porém, no último jantar do partido, a deputada teve uma discussão com o chefe do Executivo, e foi presenciada por outros parlamentares do partido. Segundo relatos de pessoas presentes, Bolsonaro estava irritado com a deputada.
A reunião do PL marcada para essa tarde será longa.