Por George Marques
A democracia brasileira foi reafirmada nesta segunda-feira (12), em Brasília, na diplomação de Lula e Alckmin encerrando o processo eleitoral deste ano. “Hoje é o dia da reconciliação do Brasil com a democracia. Não existe alternativa ao país se não dentro da ordem democrática”, comentou ao DCM o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) sobre a simbologia do ato no TSE.
Para o deputado federal José Guimarães (PT-CE) a diplomação de hoje consolida “um ato perfeito para o presidente Lula tomar posse em primeiro de janeiro e iniciar uma gestão em favor dos pobres”, afirmou.
Lula ficou visivelmente emocionado e chorou no início do discurso ao relembrar que não tem diploma de ensino superior. A palavra “democracia” deu a tônica na fala do petista, que repetiu ao menos 19 vezes durante a diplomação.
O discurso de Lula teve uma série de ataques velados ao candidato derrotado Jair Bolsonaro. O presidente eleito afirmou que “poucas vezes na história recente” do país a democracia esteve “tão ameaçada” e elogiou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF) pela atuação durante a campanha.
Lula ainda afirmou que os “inimigos da democracia” questionaram o sistema eleitoral, ameaçaram instituições e “criaram obstáculos de última hora para que eleitores fossem impedidos de chegar a seus locais de votação”.
O dia 30 de outubro, domingo no qual foi realizado o segundo turno das eleições, foi marcado por diversos bloqueios feitos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em vários locais do país que acabaram atrasando e dificultando o acesso à zonas eleitorais.
O evento desta segunda contou com forte aparato de segurança, dentro e fora do TSE, exatamente pelo temor de que manifestantes bolsonaristas tentassem atrapalhar a diplomação.
Moraes defende justiça eleitoral
Presidente do TSE, Alexandre de Moraes fez um duro discurso e afirmou que a Justiça Eleitoral combateu, durante as eleições, “ataques covardes aos seus membros e a todo o Judiciário”.
“A Justiça eleitoral se preparou para combater com eficácia, eficiência e celeridade os ataques antidemocráticos ao Estado de Direito. E os covardes ataques e violências pessoais aos seus membros e todo Poder Judiciário”, discursou o ministro.
Em um recado indireto a Bolsonaro e seus apoiadores, Moraes também afirmou que os responsáveis por “ataques antidemocráticos” serão “integralmente responsabilizados”.
“Essa diplomação atesta a vitória plena e incontestável da democracia e do estado de direito contra os ataques antidemocráticos, a desinformação e o discurso de ódio proferidos por diversos grupos organizados que, já identificados, garanto serão integralmente responsabilizados para que isso não retorne nas próximas eleições”, finalizou.
Com a diplomação nesta segunda (12), Lula consegue mais um feito inédito na História do Brasil. Retirante nordestino, o ex-sindicalista chega ao terceiro mandato como presidente da República, algo jamais ocorrido no país.