Confrontos entre manifestantes e militares têm acontecido no Peru após o governo declarar estado de emergência e colocar as Forças Armadas nas ruas. Nesta semana, já foram registradas 18 mortes nos protestos que ocorrem em várias regiões do país.
Os manifestantes, em sua maioria apoiadores do ex-presidente Pedro Castillo, pedem a sua libertação, a renúncia de sua sucessora, a ex-vice-presidente Dina Boluarte, o fechamento do Congresso e a realização de eleições gerais antecipadas.
Em Ayacucho, nas proximidades do aeroporto Alfredo Mendívil Duarte, que está bloqueado, foram registradas na quinta-feira (15) oito mortes e 52 feridos.
Na noite de ontem, a Justiça peruana decretou 18 meses de prisão preventiva para o ex-presidente, acusado de rebelião e outros delitos pela tentativa de golpe de Estado. No último dia 7, o então mandatário tentou dissolver o Congresso, mas foi destituído e preso logo em seguida.
A ação desencadeou mais uma crise política no país, que teve seis presidentes nos últimos cinco anos. Boluarte declarou estado de emergência há dois dias, suspendendo direitos de reunião e manifestação.
Do total de vítimas fatais desde o dia 7, 12 morreram em confrontos com as Forças Armadas, e seis por causa do bloqueio de estradas. Pelo menos seis não tinham mais de 19 anos.
Após nove mortes, o governo de Boluarte impôs toque de recolher por cinco dias em 15 províncias nas regiões de Arequipa, Apurímac, Huancavelica, La Libertad, Cusco, Ayacucho, Ica e Puno.
Segundo o novo decreto, as pessoas “só podem circular nas vias de uso público para aquisição, produção e abastecimento de alimento”. Também será permitido o “deslocamento em veículo particular ou pedestre das pessoas que requeiram atendimento médico de urgência por risco grave de vida ou saúde, bem como para aquisição de medicamentos”.