O corregedor do Conselho Nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, instaurou na última semana uma investigação para apurar se o juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, desempenhou “faltas disciplinares” em sua atuação como juiz da Operação Lava-Jato no estado carioca.
Conforme publicado pela coluna de Lauro Jardim do O Globo, a medida foi tomada a partir de informações da delação premiada do advogado José Antônio Fichtner, que foram compartilhadas em setembro com o CNJ pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.
Em seu depoimento, Fichtner acusou Bretas de “corrução passiva” e suposto tráfico de influência com o advogado Nythalmar Dias Filho, que teria acesso privilegiado aos autos de vários processos sob responsabilidade do magistrado.
Em novembro, a corregedoria do CNJ realizou uma operação sigilosa no gabinete do juiz. Na ação autorizada por Salomão, os agentes tinham ordens para arrombar a porta e recolher computadores e documentos para obter provas das denúncias contra Bretas.
O ministro também determinou que Bretas seja intimado a depor até o final do ano.
O juiz deve ser julgado na primeira sessão do CNJ em 2023, que acontece no dia 14 de fevereiro. Caso seja condenado, ele pode perder o cargo e ser levado à aposentadoria compulsória.