A quartelada no melhor estilo Tarcísio de Freitas já fez a sua primeira vítima em São Paulo: o PSDB, partido criado por Franco Montoro e tratorado pela conjuntura, dissolveu seus diretórios no Estado e quem está emergindo dessa tentativa de levantar a massa falida é ninguém menos que João Doria, ex-tucano, ex-prefeito da capital, ex-governador e cuja candidatura à presidência acabou naufragando antes do jogo começar neste 2022.
O publicitário deixou o PSDB em outubro, após se declarar neutro na disputa entre Lula e Bolsonaro.
Agora, apoiado pelo ex-desafeto Eduardo Leite, que se elegeu governador do Rio Grande do Sul, prepara seu retorno pensando em 2024: Doria tanto pode concorrer a prefeito da capital, no caso de ter apoio de Tarcísio, ou alegar que está cortando na carne e se submeter a concorrer como vice de Ricardo Nunes, atual prefeito que vai tentar a reeleição pelo MDB.
Com Doria está também o governador Rodrigo Garcia, que igualmente pediu sua desfiliação do PSDB – ambos, com Kassab, esperam se aproximar de Tarcísio e formar um novo bloco de direita no Estado.
Oficialmente, o PSDB não abre qualquer informação: no diretório da capital, Fernando Alfredo já é dado como ex, ainda que o site da sigla aponte seu nome como atual mandatário.
Os 32 diretórios zonais da capital já foram informados de que estão sob intervenção, assim como a seção estadual do partido.
É um quebra-cabeças que não envolve apenas a parceria com o futuro mandatário do Palácio dos Bandeirantes, mas também o inquilino do Edifício Conde Matarazzo, sede da poderosa prefeitura de SP.
O que pesa a favor de Doria e o torna uma espécie de garoto prodígio da turma é a sua capacidade de se aproximar e se envolver com altas autoridades do país.
O Lide Brazil Conference New York, realizado por ele em novembro, com a participação de mais de 260 empresários, de ministros do Supremo Tribunal Federal, Tribunal Superior Eleitoral, Tribunal de Contas da União, além de autoridades monetárias e representantes de entidades de classe é apontado por tucanos como um sinal de que Doria é o único capaz de aglutinar as forças de direita se 2023 representar o que todo mundo espera: a derrocada de Bolsonaro como líder político.
Na turma, além do gestor, Rodrigo Garcia, Kassab, e Ricardo Nunes, já citados, está também Michel Temer, ex-presidente no pós-golpe de 2016 e padrinho político do atual mandatário de São Paulo.
Só falta para a turma uma coisa: dar sorte e sintonizar com Tarcísio para convencê-lo de que o melhor neste momento é dar um balão no ex-capitão da reserva.
Inauguramos hj a última das cinco estações de tratamento de água do Rio Pinheiros e fizemos a entrega oficial do rio limpo e com vida. Foram 4 anos de muito trabalho. O Rio Pinheiros limpo era um sonho de todos os paulistas e uma promessa de campanha em 2018.
Parabéns, São Paulo! pic.twitter.com/B8TxPwbJmR— João Doria (@jdoriajr) December 19, 2022